Juiz mais gentil do mundo deixa legado de que nunca devemos perder a humanidade
Maneira de Frank Caprio agir o tornou um símbolo de Justiça

Frank Caprio. Esse nome ficou conhecido mundialmente, mas não por sua quantidade de diplomas ou QI elevado; foi por conta da sua humanidade. Ele morreu na última semana, aos 88 anos.
A família informou que o ex-magistrado partiu após uma batalha contra o câncer de pâncreas. Um dia antes, do hospital, ele havia pedido orações em um vídeo que comoveria o mundo. Não era encenação: era a mesma voz tranquila que tanta gente conheceu na TV e nas redes.
Caprio foi um juiz americano que passou décadas cuidando de infrações de trânsito e pequenas causas — e transformou esses minutos de audiências em aulas públicas de respeito.
O programa Caught in Providence, um formato de TV da cidade de Providence, capital do estado de Rhode Island, que exibia audiências reais do tribunal municipal e depois migrou para a internet, popularizou seus julgamentos, que viraram referência do que pode ser uma decisão justa: olhar para a lei sem tirar os olhos de quem está diante dela.
Por que “o juiz mais gentil do mundo”?
Existem pessoas e pessoas. Juízes e juízes. Frank Caprio se destacou porque sempre tratou os casos considerados simples com dignidade.
Um exemplo conhecido é o de um senhor de 96 anos multado por excesso de velocidade em uma zona escolar; diante do juiz, explicou que estava a caminho de levar o filho de 63 anos, com câncer, a um exame médico.
“Não dirijo tão rápido, senhor. Tenho 96 anos e conduzo devagar. Apenas dirijo quando preciso. Estava levando meu filho para um exame de sangue. Ele está doente”, disse.
Caprio ouviu com atenção a continuação: “O levo para exames de duas em duas semanas, porque ele tem câncer.”
Visivelmente emocionado, o juiz surpreendeu-se com a situação do réu e respondeu: “Você é um bom homem. Você é mesmo tudo aquilo que a América é. Está aqui nos seus 90 anos e continua tomando conta de sua família. É algo maravilhoso”, absolvendo o idoso em seguida, sob aplausos.
Esse foi apenas um caso, entre tantos outros, que mostra que a Justiça não precisa humilhar para funcionar. E que a lei é instrumento, não palco.
Em tempos em que vemos o amor se esfriando em tantas esferas da sociedade, a vida e atuação do juiz americano deixam como legado uma obviedade que anda rara: é possível cobrar responsabilidade sem perder a humanidade.
Isso vale no trânsito, no trabalho, em casa. Caprio se foi, mas fica o convite para que todos nós possamos aprender a agir com retidão, amor e respeito — em tudo o que fazemos.
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