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Trilha do Agro

Após disparada em janeiro, preço da batata recua no mercado

Produto continuará mais caro este ano. Falta mão de obra no campo

Trilha do Agro|Do R7 e Valter Puga Jr

Reprodução/Record Rio

O preço da batata no varejo disparou entre dezembro e janeiro. Na Grande São Paulo, o consumidor pagou perto de R$ 12,00 o quilo da conhecida “batata inglesa” nos supermercados e feiras-livres (houve até quem pagasse mais). É que a demanda é grande: estima-se que o brasileiro coma em média 17 quilos de batata por ano.

A escalada dos preços começou em outubro do ano passado. Enquanto algumas regiões produtoras tiveram excesso de chuvas e atrasaram o plantio, outras sofreram com a alta temperatura, prejudicando as lavouras. Em Minas Gerais, maior produtor, a falta de chuvas e o calor aumentaram a incidência de pragas, causaram problemas de pele e as batatas apresentaram tamanho menor. Batata é “hortaliça” sensível às variações do clima.

Com clima desfavorável, a oferta de batatas no mercado brasileiro diminuiu muito em janeiro. Na Bahia os atacadistas receberam 10% menos, em Minas Gerais 20% e no Paraná a redução foi de 31%. Como esses estados representam quase 80% da produção de batatas nessa época, os preços subiram mais de 50% em algumas regiões.

Na Ceasa de Vitória (ES) a alta dos preços da batata no atacado ficou perto de 55%; no Ceasa São José (SC) aumentou mais de 53%; e em Brasília também 53%. Em média, os preços subiram no país mais de 35%, como apontou o boletim Prohort, da Conab.


PREÇOS JÁ RECUAM

Com a perspectiva de oferta maior, principalmente do Paraná, na chamada safra das águas, os preços começam a ceder. “Mas baixam lentamente”, diz Natalino Shimoyama, agrônomo, diretor-executivo da Associação Brasileira da Batata, a ABBA.


Nos primeiros dias de fevereiro, na Ceasa de Curitiba (PR) os preços da batata recuavam 10%, e em Vitória (ES) cerca de 12%. Apesar da baixa, preços acima dos praticados em anos anteriores.

Entre 1º e 20 de fevereiro, a batata lavada tipo Ágata (60% da produção nacional e a mais consumida) era negociada nas lavouras a preços 9,27% mais baixos. Ainda assim, a R$ 115,51 a saca de 25 quilos, em média, informaram pesquisadores da área de Hortifruti, do Cepea/Esalq, na Universidade de São Paulo. Estará mais cara para o consumidor brasileiro este ano.


Terceiro alimento mais consumido no mundo, a batata é uma das principais hortaliças produzidas no Brasil. Em 2022, o país colheu quase 4 milhões de toneladas, apontavam dados do IBGE. São cerca de 5 mil produtores rurais cultivando batatas em mais de 117 mil hectares de terra, espalhados por sete estados. Há colheita e plantio praticamente o ano todo no Brasil.

CUSTOS EM ALTA NO CAMPO

O produtor brasileiro tem hoje – assim como em outras culturas – a dificuldade na contratação de mão de obra para a colheita. “Os trabalhadores temem perder o auxílio do Governo quando contratados”, explica Natalino.

O uso de maquinário substituindo o trabalhador ajuda, mas não resolve. É que para colheita da batata as máquinas operam apenas em algumas áreas com solo favorável na Bahia, Goiás e no Triângulo Mineiro. As demais lavouras dependem do trabalhador rural.

Fora isso, este ano há visível redução na produção da batata semente, que aliada a custos mais altos de insumos e combustíveis, tendem a aumentar as despesas no campo. Se sobe o custo para o produtor, o consumidor paga a conta no final.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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