Brasil deve produzir mais de 150 milhões de toneladas de soja na safra 23/24
Mas as fortes chuvas no RS atingem áreas onde a soja ainda não foi colhida, diz StoneX

O Brasil vai colher mais de 150,8 milhões de toneladas de soja nesta safra 23/24. Um bom volume, mas abaixo do que poderia produzir por conta de problemas climáticos.
“É uma boa quantidade, mas aquém do potencial”, frisa a StoneX, uma das mais antigas operadoras de mercado financeiro do mundo e que atua no mercado futuro e de commodities. A empresa revisou suas estimativas sobre a safra de soja no Brasil no relatório de maio — trouxe aumento 30 mil toneladas — mas já apontou que esses dados mudam para baixo nas próximas semanas.
Novos números devem confirmar uma redução na produção, consequência das chuvas no Rio Grande do Sul. A StoneX ressalta que ainda falta colher cerca 32% das lavouras gaúchas. A metade sul do Rio Grande do Sul, que foi severamente atingida por chuvas, responde por 33% da área plantada no estado e ainda restavam 60% da soja para ser colhida.
Em São Paulo, a empresa apontou um corte na produtividade esperada nas lavouras de soja, diante de clima mais seco nas últimas semanas, enquanto Tocantins e Piauí registraram aumento na produção, com aumento de área plantada.
Segundo os analistas da empresa, o Brasil deve importar este ano 800 mil toneladas, sendo mais de 300 mil do Paraguai. E com pequeno aumento da oferta brasileira disponível, sem alterações nas expectativas de demanda interna e nas exportações, os estoques finais de soja ficariam perto de 3,42 milhões de toneladas.
PRODUÇÃO DE MILHO 1,1% MAIOR
Com estimativas de produção de milho maiores no Norte e no Nordeste, o relatório da StoneX apontou que em 23/24 a produção brasileira estaria perto de 125,6 milhões de toneladas, ou 1,1% maior que o previsto anteriormente, levando-se em conta 26,1 milhões de toneladas na primeira safra e outros 97,3 milhões na segunda safra (um aumento de 1,2%).
A primeira safra de milho foi beneficiada por chuvas nas lavouras plantadas mais tarde, apesar de não atingir o mesmo potencial do ano passado (a área plantada diminuiu 13,5% este ano). Na segunda safra a empresa ajustou negativamente dados de São Paulo e do Paraná, mas espera produção maior no Mato Grosso e em Goiás, compensando as perdas em outros estados.
As chuvas ajudaram os fazendeiros no Mato Grosso, cuja produção de milho está estimada em quase 47 milhões de toneladas. Em Goiás, boa produtividade nas lavouras aumentou a expectativa em 500 mil toneladas e o estado deve colher 12,7 milhões de toneladas de milho.
Sem alterações nas expectativas de consumo doméstico e nas exportações, a StoneX vê aumento dos estoques finais de milho no Brasil para 13,4 milhões de toneladas este ano.