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Trilha do Agro

É a vez do consumidor: tilápia está até 18% mais barata

Procura por tilápia não acompanhou o aumento da produção e agora os preços caem no varejo

Trilha do Agro|Valter Puga JrOpens in new window

Brasil suspende importação de tilápia do Vietnã por risco sanitário
Tilápia está mais barata para o consumidor Reprodução/RECORD News

Os preços da tilápia ao consumidor caíram nas grandes redes de varejo. Na Grande São Paulo, alguns supermercados oferecem filé de Saint Peter fresco em média até 14% mais barato em setembro, com preços de balcão recuando de R$ 70,00 para R$ 60,00 o quilo. Mas há preços abaixo até de R$ 48,00 o quilo para filé do pescado congelado. Inteira é vendida a R$ 17,90 o quilo.

Essa queda nos preços não começou agora. Para o produtor, os preços vêm cedendo desde o fim do primeiro semestre, segundo o Cepea/Usp. Em março, na região dos Grandes Lagos, em São Paulo, a cotação média era R$ 9,59, mas em setembro caiu para R$ 7,79 por quilo, baixa de 18%. No Norte do Paraná, no mesmo período, os preços pagos ao o criador recuaram de R$ 10,02 para R$ 8,92, ou redução de 10%. E no Oeste do Paraná, os preços cederam também: de R$ 9,41 para em média R$ 7,98 o quilo, ou 15% menos.

Por que os preços caíram

Os preços da tilápia no mercado brasileiro caem com aumento da oferta. Os bons preços pagos em 2023 e a redução no custo das rações estimularam o produtor a alojar mais. Além disso, este ano o calor provocou aumento da produção. Explicando: o inverno brando no Sudeste e no Sul do país tornou a água mais quente e o metabolismo do peixe acelerou. Ele se alimentou mais, o que resultou em aumento do peso médio e maior oferta por quilo no produto final.

“As temperaturas mais altas neste inverno não só provocaram queimadas, mas também aumento de peso da tilápia”, comentou Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura, a Peixe BR, que congrega empresas da área.


No entanto, “a demanda interna não absorve a produção atual”, o que leva a queda nos preços, resume Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO). A oferta cresceu, mas a demanda não acompanhou.

Consumo dobrou em uma década

Cerca de 10 anos atrás, o brasileiro consumia em média 1,47 quilo de tilápia por ano. Hoje, esse consumo quase dobrou, subindo para 2,84 quilos. O pescado conquistou o consumidor brasileiro e já é o peixe mais cultivado na piscicultura nacional. Em 2014, a produção brasileira foi de 285 mil toneladas, e em 2023 saltou para 579 mil toneladas. Ou seja, a tilápia representa 65% de toda produção nacional de peixes de cultivo (estimada em 887 mil tons em 2023).


Esse aumento ocorreu porque o peixe teve boa adaptação ao clima do país e o sabor agradou ao consumidor brasileiro, como constatou pesquisa do Instituto Axxus, em 2022, ano que o Brasil foi o 4º maior produtor mundial: “7 em cada 10 pessoas consultadas apreciam esse peixe”.

Na ocasião, o ânimo tomou conta do setor. “Acreditamos que nos próximos três ou quatro anos devemos estar próximos do terceiro lugar nesse ranking mundial de produção”, previa Francisco Medeiros.

No ano passado, o Paraná liderou com folga a produção de tilápia com um total de 209.500 toneladas, seguido por São Paulo (75.700 tons), Minas Gerais (58.200 tons), Santa Catarina (44.600 tons) e Mato Grosso do Sul (32.000 tons).

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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