Os preços pagos ao produtor rural pelo suíno vivo cederam entre fevereiro e março. Ainda assim, são mais altos que os recebidos no ano passado. Em algumas regiões, as médias mensais de preços em 2025 são até 20% maiores que no período anterior. Em São Paulo, por exemplo, as cotações médias cederam 3,3% entre fevereiro e março, com o quilo do animal vivo cotado a R$ 8,56. Apesar da baixa, esse valor ainda é quase 18% maior que o valor pago em março do ano passado, apontam dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Cepea, da USP.Não foi diferente nos valores da carcaça especial suína. Entre fevereiro e março deste ano, o preço desse produto comercializado no atacado da Grande SP se desvalorizou 4,8%, sendo em média negociado a R$ 12,60 o quilo. Mesmo assim, comparado com preços pagos ao suinocultor em março do ano passado, a média atual é — em valores reais — 25,5% superior (a série foi deflacionada pelo IPCA de fevereiro/25). Para pesquisadores do Cepea/USP, a queda nos preços pagos ocorreu diante da redução de demanda pela carne no mercado atacadista da Grande São Paulo. Como a oferta se manteve no período, os preços médios cederam em março e só esboçam alguma recuperação neste início de abril.Os preços mais altos pagos este ano aos produtores de suínos tem suporte nas fortes exportações brasileiras da carne. Em março, o volume de produtos in natura e processados embarcados totalizou 116,3 mil toneladas, ou seja, cresceu 26,6% quando comparado aos embarques de março de 2024. Mas a receita com essas exportações aumentou muito mais. O faturamento com exportações atingiu US$ 278 milhões, ou 44,2% maior que o obtido em março do ano passado.Se no mês passado os exportadores tiveram resultados excepcionalmente bons, fato é que 2025 tem sido excelente para o setor até agora. O Brasil embarcou nos primeiros três meses deste ano quase 337 mil toneladas, um volume 16,4% maior que o do primeiro trimestre de 2024 (na ocasião 289,4 mil tons). Esse volume embarcado rendeu US$ 789 milhões, ou seja, 32% mais que o acumulado no primeiro trimestre do ano passado (que foi de US$ 597,7 milhões).Entre os maiores compradores de produtos suinícolas brasileiros estão as Filipinas, que em março absorveu 27 mil toneladas (85% mais que em março do ano passado) e a China que, mesmo diminuindo as compras em 27,3%, levou outras 14,1 mil toneladas. Mas o Brasil exportou ainda para Hong Kong 12,5 mil toneladas (+68,2%), para o Japão, com 9,8 mil toneladas (+83,4%), para o Chile, Singapura, Uruguai, México, Argentina e Libéria, que também aumentaram as compras.“Praticamente todos os mercados importadores de carne suína brasileira registraram alta expressiva em volumes no mês de março, com níveis de crescimento acima dos dois dígitos. O que deve proporcionar maior sustentação às projeções positivas para este ano”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA. Colaborou Lucas LimãoFique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp