Filipinas aumentam a compra de carne suína brasileira e deixam a China em segundo lugar
Brasil exporta mais carnes suína e de frango, e faturamento dos frigoríficos melhora em setembro
As exportações brasileiras de carne suína e de frango (tanto de produtos in natura como processados) foram maiores em setembro, não só em volume, como também em receita. Comparados com o mesmo período do ano passado, os embarques de carne suína aumentaram 7,3%, e o envio de carne de frango cresceu 22,1%. É o que apontam levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal, a ABPA.
O Brasil exportou 120,4 mil toneladas de carne suína em setembro, segundo maior embarque já feito num mês pelo país (o maior ocorreu em julho deste ano, somando 138,3 mil toneladas). Já as exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 485 mil toneladas em setembro, também obtendo o segundo melhor desempenho, superado apenas pelos embarques de março de 2023, com 514,6 mil toneladas.
Pagam melhor pela carne suína
A receita também cresceu. A exportação de carne suína rendeu US$ 283,7 milhões em setembro deste ano, 15,9% a mais na comparação com o mesmo mês de 2023. Considerando os primeiros nove meses deste ano, no entanto, a receita subiu só 0,4%, ou cerca de US$ 2,169 bilhões contra US$ 2,160 bilhões no mesmo período do ano passado.
“O preço médio das exportações de carne suína tem registrado altas consecutivas que acumulam mais de US$ 350 (por tonelada) ao longo deste ano, com impacto positivo nas receitas dos embarques”, destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
E mais uma vez o primeiro lugar entre os importadores de carne suína ficou com as Filipinas, que comprou 28,2 mil toneladas em setembro, bem acima do embarcado no mesmo período do ano passado.
A China, mesmo reduzindo as compras em mais de 40%, ficou em segundo lugar com 16,7 mil toneladas. Hong Kong, também diminuiu as compras em mais de 34% e recebeu 8,7 mil toneladas. Mas os embarques aumentaram para o Chile, com 9,7 mil toneladas (+50,4%), Hong Kong, com 8,7 mil toneladas (-34,1%) e o Japão, com 8,6 mil toneladas (+84,9%).
O que os números mostram é que há uma mudança nas vendas de carne suína brasileira para o exterior. “Além da consolidação de Filipinas como principal importador, países da América Latina, como Chile, México e Argentina, estão incrementando as suas demandas por produtos brasileiros. O mesmo se pode verificar sobre o Japão, país que demanda produtos com alto valor agregado”, ressalta Ricardo Santin.
Exportação de frango rende mais
O mês de setembro também teve a segunda maior receita mensal já obtida pelas exportações de carne de frango do Brasil. Foram US$ 953,8 milhões faturados com exportação, ou 33% maior que a receita do mesmo mês do ano passado (US$ 719,3 milhões). Esse aumento, no entanto, ainda está abaixo do faturamento recorde de março de 2023 (US$ 980,5 milhões). A receita neste ano avançou, mas ainda está abaixo da obtida nos primeiros nove meses do ano passado.
Embora de janeiro a setembro, as exportações de carne de frango acumulem aumento de 0,6% no volume embarcado (3,917 milhões de toneladas), a soma do faturamento fica em US$ 7,273 bilhões, ou 4% menos em relação ao obtido no mesmo período de 2023 (US$ 7,578 bilhões).
O início do ano não foi bom para as exportações de carne de frango. A alta registrada em setembro reverte, pelo menos parte do desempenho desfavorável. “Com a elevação dos preços médios das exportações, também tivemos uma elevação nas receitas de setembro em patamares significativamente maiores que os registrados em volumes”, ressalta Ricardo Santin.
A China ainda lidera entre os compradores de carne de frango brasileira, mas diminuiu a demanda em setembro: importou 55,1 mil toneladas, volume 3,4% menor em relação ao mesmo mês do ano anterior. Mas outros países aumentaram as compras.
Entre os maiores compradores de carne de frango brasileira, os Emirados Árabes Unidos importaram 41,4 mil toneladas (+17,6%), seguido por Japão, com 36,5 mil toneladas (+48,6%), Arábia Saudita, com 29,9 mil toneladas (+5,9%), África do Sul, com 28,4 mil toneladas (+38,2%), México, com 23,8 mil toneladas (+57%) e União Europeia, com 23,7 mil toneladas (+58%).
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