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Trilha do Agro

Governo quer baixar preço dos alimentos, mas as medidas anunciadas são inúteis

Anúncio da retirada de impostos de importações não resolverá a chamada “inflação de alimentos” nem aumentará a popularidade do governo

Trilha do Agro|Valter Puga JrOpens in new window

Por Antonio Reche

“De boa intenção o inferno está cheio”, e “a ignorância é ilimitada”. Esses dois provérbios populares definem com exatidão as medidas tomadas pelo Governo Federal com o objetivo de “acabar” com a inflação de alimentos que está ruindo com a sua pretensa popularidade. Apenas três exemplos: zerar imposto de importação para café, carne bovina e açúcar.

O Brasil é o maior produtor de café, o segundo maior consumidor e também o maior exportador. Com as crises climáticas dos últimos anos, a produção mundial vem caindo no mundo todo. Tanto isto é verdade que grandes produtores como Vietnã, México, Colômbia e Indonésia têm importado o produto brasileiro para cumprir seus compromissos. A pergunta é: para baixar os preços vamos importar de quem?

Também lideramos a produção de açúcar e somos os maiores exportadores desse adoçante. Comprar de quem? Acreditam que a Índia, grande produtora de açúcar, venderá barato para ajudar o Brasil?


No caso das proteínas animais, carne bovina, de frango e de suínos, a situação é a seguinte: segundo maior produtor de carne bovina e o maior exportador, o consumo interno fica com aproximadamente 70% e o restante é embarcado. Quanto a carne de aves, não tem para ninguém, segundo maior produtor e o principal exportador. Até na produção de carne suína o crescimento é notável, o país está entre os cinco principais produtores e também é um importante fornecedor ao mercado externo. Não faltam produtos nas gôndolas dos supermercados. Essa inflação é causada pelos gastos desenfreados do próprio governo.

Há dois anos que economistas de todas as tendências têm alertado que o governo precisa cortar gastos. É como se falassem com as paredes, e até onde se sabe elas não têm ouvidos. Ou seja, as medidas anunciadas não vão dar em nada.

(*) Antônio Reche é jornalista especializado em economia e agronegócio, dirige e apresenta Mercado Futuro, com acesso no www.programamercadofuturo.com.br

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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