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Trilha do Agro

Ícone da agricultura brasileira, café corre atrás da soja

Cafeicultor deve olhar com atenção o grande mercado chinês

Trilha do Agro|Do R7 e Valter Puga Jr

Sob o fogo cerrado dos países produtores concorrentes e apesar da tímida e pouco eficiente propaganda desse produto no exterior, as exportações brasileiras de café continuam firmes – com algumas variações ano após ano. E o país já mudou a visão de apenas produtor de quantidade e a qualidade do café brasileiro já é reconhecida em todo o mundo.

De janeiro a novembro de 2023, as exportações ultrapassaram 35 milhões de sacas. De fato, comparadas com os embarques no mesmo período de 2022 registra-se um recuo de mais de 3% no volume e de 15% na receita.

Todavia, os dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o CeCafé, confirmam a resiliência dos embarques brasileiros. No ano passado – até novembro – o café produzido aqui rendeu US$ 7,2 bilhões para o país. Nada mal.

Para onde vai o café brasileiro? – Em 2023, os norte-americanos lideraram as compras, mesmo adquirindo cerca de 26% a menos que no ano anterior. Levaram aproximadamente 5,5 milhões de sacas nos primeiros 11 meses de 2023, ou quase 16% de tudo que foi embarcado.


Mas o mercado é comprador e mais de 130 países adquirem o produto. No mesmo período, os onze primeiros meses do ano passado, a Alemanha comprou 4,5 milhões de sacas; a Itália, 2,9 milhões; e, a Bélgica, cerca de 2 milhões. Aumentaram também, as vendas para o Japão, o Reino Unido, a Turquia e a Holanda.

Atrás da soja – Para o produtor brasileiro, que sempre espera preços melhores – hoje R$ 910/970 para a saca do Arábica e R$ 725 para a do conillon, segundo a Bolsa Brasileira de Mercadorias, a BBM – é fundamental olhar os novos mercados em expansão e para o que os consumidores dessas regiões desejam.


É que o café agora persegue a rota da soja. E em um mercado asiático em evidente crescimento no consumo de café, a China mais uma vez se destaca. Os chineses compraram mais de um milhão de sacas de cafés brasileiros no ano passado, ou cerca de 220% a mais que em 2022.

O hábito de tomar café entre os chineses avança rápido, principalmente entre os mais jovens. Em pouco mais cinco anos, esse país saiu da vigésima colocação para a décima entre os maiores compradores do produto brasileiro.Tradicionais bebedores de chá, em 2019 consumiam quatro xícaras per capita. “Hoje, estimativas indicam que bebem em média 15 xícaras”, ressalta Celso


Vegro, pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, entre os mais reconhecidos estudiosos desse mercado.

Isso não significa, no entanto, que importadores e consumidores asiáticos aceitem “qualquer” produto. Autoridades chinesas, por exemplo, em várias ocasiões sinalizaram elevação – assim como ou europeus – dos níveis de exigências não só para a qualidade do produto, como o cumprimento das normas sociais, ambientais e de sustentabilidade. Nada diferente do que tem sido imposto nas mesas de negociações por compradores de diferentes países para os demais produtos agropecuários exportados pelo Brasil.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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