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Trilha do Agro

Indústria de máquinas vai à Agrishow esperando Plano Safra

Vendas de máquinas e equipamentos agrícolas recuam desde o ano passado. Recuperação só em 2025

Trilha do Agro|Valter Puga JrOpens in new window

Agrishow teve público de 195 mil pessoas em 2023 Reprodução/Instagram/@feiraagrishowoficial

A cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, se prepara para receber a 29º Agrishow, a maior feira de máquinas e equipamentos agropecuários da América Latina, considerada – ainda hoje – uma das cinco mais importantes do mundo, que será aberta ao público em 29 de abril e segue até 03 de maio. E, se as expectativas se confirmarem, a feira terá ao menos 195 mil visitantes de diferentes regiões do país e do município (os organizadores informam que foi o número do ano passado).

Mais do que shows, palestras e visitas de autoridades, são as novas tecnologias que atraem tantos visitantes. A feira é uma vitrine para quase 800 fabricantes brasileiros e estrangeiros de tratores e máquinas agrícolas, equipamentos para pecuária, caminhões, carros, aviões, serviços de telecomunicação, e para as “startups”, empresas inovadoras que buscam soluções para problemas na atividade no campo. Ou seja, uma infinidade de produtos e serviços para o produtor rural, incluindo financiamento via bancos, cooperativas de crédito e agentes financeiros. Todas essas empresas precisam manter elo com a clientela, notadamente em tempos difíceis.

Vendas em queda

A Agrishow deste ano acontece em meio a um período desafiador. Desde o ano passado as indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas amargam uma queda nas vendas. Em 2023 as vendas recuaram 13,6%, quando comparadas a 2022. Das quase 69 mil unidades comercializadas, cerca de 61 mil foram para o mercado interno e menos de 8 mil exportadas. E nos primeiros dois meses deste ano a baixa nas vendas continuou, com queda de cerca de 30%.

“O setor já esperava essa queda nas vendas”, disse Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas (CSMIA), da Associação das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em entrevista durante o lançamento da Agrishow, no início de abril. A redução nas estimativas da safra brasileira por conta de problemas com clima, aliada a preços de commodities agrícolas em baixa e aumento do endividamento dos produtores rurais, indicam que este ano as vendas de máquinas para o campo recuem mais 15% frente a 2023, como admitiu a jornalistas.


Pedro Estevão, no entanto, vê 2025 como ano de recuperação nas vendas. De olho em mais da metade das vendas do setor, a Abimaq pede ao Governo Federal que o próximo Plano Safra 2024, que será anunciado em junho, destine R$ 26 bilhões para o Moderfrota e Pronamp (para o médio produtor), mais que o dobro do que foi liberado para esses programas no ano passado. E outros R$ 9 bilhões para a agricultura familiar. Pelo menos um suporte bom para as indústrias.

R$ 500 milhões para a região

A Agrishow é bem vinda para a rede hoteleira, restaurantes, e bares de Ribeirão Preto e cidades próximas. A demanda por serviços cresce muito no período da feira e os preços inflam também, trazendo recursos. Um estudo da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo apontou que, no ano passado, a feira movimentou cerca de R$ 520 milhões na economia da região. Para este ano, as estimativas são mais modestas: R$ 500 milhões.


A feira gera muitos empregos, mesmo que temporários. Liliane Bortoluci, diretora da Informa Markets, organizadora da Agrishow, lembra que “em 2023, por exemplo, mais de 7000 trabalhadores solicitaram registro para atuarem de alguma forma na feira, seja na montagem, realização ou desmontagem do evento. E com certeza muitas outras oportunidades de trabalho em diversas áreas também foram criadas em toda a região”.

E Ribeirão Preto espera que isso se mantenha.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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