Preço do milho bate R$ 76,00 a saca no mercado futuro da B3
Produtores controlam a oferta e as cotações do milho sobem em várias regiões do país
As cotações do milho em alta preocupam criadores de aves, suínos e até de bovinos. O retorno das chuvas acelera o plantio da safra de verão, mas agora os produtores vendem aos poucos, e só negociam se necessário. Como os consumidores estão ativos no mercado, recompondo estoques, a valorização do cereal se intensifica.
Embora distante dos preços médios de 2021 e 2022, quando passaram dos R$ 103,00 em São Paulo, as cotações recuaram em 2023 e, este ano, continuaram em queda. Os preços do milho só iniciaram recuperação a partir de julho, não sem antes cederem para a faixa de R$ 55,00 a saca, como constataram pesquisadores do Cepea/USP.
Milho mais caro para criadores -- Em São Paulo, na semana passada em Campinas e região, os preços médios do milho se aproximavam de R$ 72,00 a saca, aumento de quase 11,5% no Indicador milho do Cepea/USP feito para a B3. E a alta das cotações se espalha por quase todas as regiões produtoras do país.
Os corretores da Bolsa Brasileira de Mercadorias, a BBM, também apontam alta em diferentes regiões na penúltima semana de outubro. Na região de Montividiu (GO), a cotação da saca subiu para R$ 58,70, uma alta de 10,75% no mês; e em Campos Novos (SC) a R$ 70,50 aumento de 3,30%. Já em Sorriso e Lucas do Rio Verde (MT) a R$ 55,50 houve avanço de 20,65% no mês e aumento mais de 20% em Dourados e Maracaju (MS) a R$ 63,25.
No mercado futuro da B3, contratos de milho para novembro eram negociados esta semana acima de R$ 72,00 a saca. Mas apresentam tendência de alta para vencimentos mais longos: contratos futuros para janeiro e março já são negociados em valores próximos ou acima de R$ 76,00, com sinalizações de novas altas.
Enquanto os preços sobem com as negociações restritas dos produtores, no campo a semeadura da safra avança na maior parte das regiões, auxiliada pelo retorno das chuvas. Um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, mostra que, até o dia 20 de outubro, pouco mais de 32% da área destinada ao cereal para a temporada 2024/25 havia sido semeada no Brasil. É esperar que a oferta maior -- lá na frente – mantenha preços acessíveis aos criadores de aves, suínos e bovinos, pois o repasse do aumento dos custos de produção para o mercado atacadista de carnes está difícil.
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