Análise: drones em aeroportos não são um problema de regulação, mas de fiscalização
Dispositivos invadiram a cabeceira da pista do Aeroporto Internacional de São Paulo, na noite desta quarta (11)
Conexão Record News|Do R7
O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, teve o espaço aéreo fechado, na noite desta quarta-feira (11), devido à presença de drones na região da pista. Diversos voos foram cancelados e pousos desviados para outros aeroportos nas últimas horas. A polícia investiga como a cabeceira da pista foi invadida por pelo menos seis objetos, mas, até o momento, ninguém foi identificado.
Em entrevista ao Conexão Record News desta quinta-feira (12), James Waterhouse, professor do departamento de engenharia aeronáutica da USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos, explica que os equipamentos, por serem pequenos, oferecem o mesmo perigo dos pássaros, sendo o maior risco atingirem o motor das aeronaves, o que poderia causar falha nessas peças e danos maiores.
Waterhouse também comenta que, com a expansão do uso de drones, surgem as utilizações corretas e as ilegais. O problema se torna um desafio para as autoridades, que buscam resolver rapidamente e encontrar meios de derrubar esses objetos. O professor também explicita que os riscos podem ser expandidos para áreas com risco de explosão, como polos petroquímicos, além dos riscos para os helicópteros — que voam em altitudes relativamente baixas nas cidades.
Para o especialista, a grande questão não é a falta de regulação, mas sim os usos ilegais, que não seguem as normas estabelecidas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que acompanha muito rápido a evolução dos objetos e cria os parâmetros legais. “Não adianta a autoridade proibir ou regular se você tem uma parcela da população que usa isso de forma completamente irregular, à margem da lei, e isso é o maior problema”, finaliza o professor.
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