Advogados são presos em ação contra fraudes em contratos
Grupo criava processos administrativos fictícios para obter aval judicial e se beneficiar de créditos; ação foi realizada em três estados e no Distrito Federal
Rio de Janeiro|Igor Rodrigues, do R7*
Uma equipe da 105ª DP (Petrópolis) realizou uma força tarefa, em conjunto do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do MP-RJ, contra uma organização criminosa especializada em fraudar contratos e criar processos administrativos fictícios. A ação foi realizada nesta segunda-feira (10).
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O grupo fazia com que o sistema de informática de órgãos federais fossem adulterados, gerando números de protocolo inexistentes, e fazendo-os parecer legais. Com estes números eram expedidas escrituras falsas, com o objetivo de obter aval judicial para créditos.
Foram cumpridos quatro dos cinco mandados de prisão para advogados envolvidos no crime, e vinte de busca e apreensão.
A operação aconteceu de forma simultânea nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. De acordo com os agentes, a fraude do grupo foi consolidada entre os anos de 2012 e 2017. A operação era sempre feita para grandes empresas que querem se beneficiar de uma compensação tributária. O sigilo bancário dos presos e sociedades empresárias envolvidas para lavar dinheiro movimentaram aproximadamente R$500 milhões.
Uma das vítimas do grupo é a Cooperativa de Trabalho Médico (Unimed) de Petrópolis, na Região Serrana da Cidade, que contabilizou um prejuízo de mais de R$17 milhões. A empresa celebrou em 2012 contrato de compra e venda de ativos financeiros sem saber que se tratava de acordos fraudulentos. A transação foi feita com um escritório de advocacia situado na Bahia. A empresa fraudulenta fez um suposto crédito junto à Receita Federal em um contrato que não existia, o que ocasionou o prejuízo milionário à Unimed.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa