Após mortes em São Gonçalo, policiais prestarão depoimento
Agentes serão ouvidos na Delegacia de Homicídios de Niterói
Rio de Janeiro|Do R7
A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí tomará depoimento de policiais civis que participaram, na madrugada de sábado (11), de uma operação no complexo de favelas do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, onde sete pessoas morreram. Agentes da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Polícia Civil fluminense, contaram com apoio de homens das Forças Armadas na busca de traficantes com atuação no local; as instituições negam relação com as mortes.
A Delegacia de Homicídios é a responsável pela investigação do caso e peritos também tentam identificar o tipo de arma usada nos crimes e quantos tiros atingiram cada vítima. No dia da operação, a Core alegou ter enfrentado "resistência armada" no local e ter apreendido um fuzil e sete pistolas, além de munições.
Neste domingo (12), duas vítimas do caso foram enterradas. O motorista de Uber Marcelo da Silva Vaz, de 31 anos, e o mecânico Márcio Melanes Sabino, de 21, foram sepultados à tarde no Cemitério Municipal do Pacheco, no centro da cidade, sob muita comoção. Cerca de cem pessoas acompanharam a cerimônia.
Protesto
Familiares reforçaram as acusações contra os agentes da Polícia Civil, dizendo que, com auxílio de veículos blindados, o grupo chegou à favela, onde ocorria um baile funk, e passou a atirar a esmo, atingindo os moradores.
Segundo a família de Vaz, ele morava no bairro de Porto da Pedra e foi ao Salgueiro para receber uma dívida. Casado, tinha quatro filhos. Sabino morava no Salgueiro, também era casado e deixa uma filha de 3 anos.
Os enterros dos outros cinco mortos durante a operação ainda não têm data prevista. Familiares reclamam que funerárias não dispõem de vagas nos cemitérios de São Gonçalo e cogitam transferir os enterros para outros municípios.
Essas vítimas são Victor Hugo Coelho, de 28 anos; Luiz Américo da Silva, de 46; Bruno Coelho, de 26; Josué Coelho, de 19; e Lorran de Oliveira Gomes, de 18 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.