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Autores de vídeo de suposto estupro dizem que não divulgaram imagens

Suspeitos alegam que perderam o celular onde as gravações foram feitas. Jovem alega que foi dopada e teve relações sexuais sem consentimento

Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7* com Record TV Rio

Jovem prefere não se identificar sobre o caso
Jovem prefere não se identificar sobre o caso

Uma jovem denunciou três homens por estupro no início de julho, em Cordeiro, cidade da região serrana do Rio de Janeiro. A relação sexual, na qual a suposta vítima afirma estar dopada, foi gravada e divulgada na internet. 

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Os suspeitos do estupro alegam que perderam o celular onde o vídeo estava armazenado e não foram responsáveis pela publicação do conteúdo.

De acordo com a advogada criminalista e professora da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) Fernanda Freixinho, a afirmação dos suspeitos deve ser "devidamente apurada no inquérito policial". 


"Caso seja verdadeira a tese de que eles perderam o celular, de fato não respondem pela divulgação. Outra questão relevante é se eles registraram anteriormente a ocorrência pelo desaparecimento do celular", disse Freixinho.

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O delegado responsável pelo caso, Robson Pizzo, da 154ª DP (São Francisco do Itabapoana), entretanto, não acredita no depoimento dos suspeitos sobre o celular perdido.


"Essa é a versão deles. Será que perderam mesmo? Temos informações de que alguns deles compartilharam entre si as imagens, o que já configura o crime", declarou Pizzo.

Caso


A jovem, que prefere não ter a identidade revelada, foi a uma festa em Cantagalo, cidade vizinha a Cordeiro, onde encontrou um dos suspeitos, que já era seu conhecido.

Segundo a vítima, ela teria tomado cerveja do copo dos rapazes e se sentido mal. Dois dos três suspeitos de estupro ofereceram carona para a jovem, que diz não lembrar de nada desde então.

“No dia seguinte eu me senti mal, mas eu não sabia o que tinha acontecido. Pra mim, eu tinha saído da festa, tinha ido pra minha casa, dormido e pronto. Mas não foi isso que aconteceu”, contou a mulher, de 22 anos, em entrevista à Record TV.

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De acordo com a jovem, somente após um amigo enviar o vídeo da relação sexual pelo celular, uma semana depois da festa, que ela teria percebido que foi vítima de um estupro.

“Quando ele mandou, que eu abri o vídeo, que eu vi a minha tatuagem, eu saí do vídeo. Eu comecei a chorar e fui pra casa. Minhas amigas também chegaram lá me mostrando o vídeo, meu irmão chegou e falou: ‘vai pra delegacia’”, disse.

O vídeo mostra um terceiro homem durante as relações sexuais, mas a jovem afirma que não lembra da presença dele na festa. Os suspeitos, entretanto, dizem que o sexo foi consentido, com a mulher sóbria e com autorização para filmar.

“Ela sabia que estava filmando, pediu pra não filmar o rosto dela. Tanto que, na filmagem, mostra bem claro que ela bota a mão. Em nenhum momento ela pede pra parar, em nenhum momento ela levanta, ela empurra ninguém, entendeu? Ela estava ciente de tudo”, disse um dos suspeitos.

Por ter feito a denúncia mais de uma semana depois da relação sexual, não foi possível a realização de exames para saber se a vítima foi dopada, uma vez que a substância já não seria mais detectada.

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A defesa dos acusados declarou que tem registros das conversas entre a suposta vítima e os suspeitos, onde a mulher “apresenta um teor de ironia e risada”, segundo o advogado Victor Pessanha Reder.

“A gente já colocou à disposição o telefone celular, onde tem os prints das conversas do meu cliente com ela, e você vê que na cronologia da conversa ela mesma ironiza o fato de uma determinada cena, de um determinado acontecimento na relação sexual deles ali”, afirmou Reder.

Após a gravação ser compartilhada diversas vezes ao ser divulgada na internet, a jovem, mãe de uma criança de 4 anos, perdeu seu emprego e não consegue mais ir à escola, onde cursa o segundo ano do ensino médio.

“Pra te falar a verdade, eu queria até morrer, mas o meu tio, ele conversou bastante comigo, por questão do meu filho precisar muito de mim ainda”, contou.

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A defesa da jovem informou que está enviando para a Polícia Civil os nomes das pessoas que replicam a gravação e destacou que “essas pessoas não podem fazer esse compartilhamento, destruir a vida de uma pessoa, abalar o psicológico dela e saírem impunes”.

Os três suspeitos foram ouvidos na 154ª DP e, se condenados pelos crimes de estupro coletivo, filmagem indevida e divulgação de imagens sem autorização, podem pegar mais de 30 anos de prisão.

*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa

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