Bienal do Rio integra estudantes e escritores em sala de aula
Projeto leva autores às escolas para fomentar gosto pela leitura em parceria com a Secretaria Municipal de Educação
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
A 19ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro promove, pela primeira vez, a integração entre escritores e estudantes em sala de aula, visando fomentar o gosto pela leitura desde cedo.
Com o nome “Bienal Vai às Escolas”, o projeto leva nesta terça-feira (13), a blogueira de economia Nathalia Arcuri à Escola Municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí, zona norte do Rio, para um encontro com 70 alunos na faixa etária de 13 anos a 14 anos.
Ela vai propor que os adolescentes escrevam o que sonham para o ano em que fizerem 18. As respostas serão debatidas por todos em uma roda de conversa.
O projeto teve início em julho passado, com a jornalista e escritora Miriam Leitão. Ela contou histórias do livro “A perigosa vida dos passarinhos pequenos” para 120 crianças, com idade média de 5 anos, da Edi (Escola de Desenvolvimento Infantil) Eu Sou, situada na Praça Seca, em Jacarepaguá, zona oeste da capital do estado.
No mesmo mês, a autora Thalita Rebouças visitou o Colégio Bernardo de Vasconcellos, localizado na Vila Cruzeiro, Penha, zona norte da cidade, onde respondeu a perguntas de leitores adolescentes, fãs de seus livros.
A diretora da Bienal, Tatiana Zaccaro, ressaltou que o evento pretende ser uma plataforma de conhecimento e conteúdo para que os estudantes possam sonhar, através dos livros e histórias.
“Há uma grande preocupação social para que todos os professores e estudantes da rede pública tenham acesso à Bienal como sendo um local de aprendizado”.
Por isso, os organizadores decidiram fazer o caminho inverso e, pela primeira vez, estão levando autores para uma troca de experiências nas escolas, provocando o envolvimento dos alunos com a Bienal antes mesmo de sua abertura.
Tatiana disse que a ideia é que esse projeto continue nos próximos dois anos até 2021, quando ocorrerá a 20ª edição da Bienal. O encontro de autores com estudantes das escolas do município é feito em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.
Neste mês de agosto, o projeto levou a atriz e autora Leticia Braga, de 14 anos, a uma conversa com crianças a partir de 8 anos da Escola Isaías Alves, em Guadalupe, zona norte da cidade. No bate-papo, Leticia contou como se tornou escritora.
Encerrando o projeto, no dia 16, a escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Ana Maria Machado, se encontrará com 150 alunos com idade entre 5 e 10 anos da Escola Municipal Domingos Bebiano, localizada em Inhaúma, zona norte do Rio.
Ana Maria falará sobre sua carreira como jornalista, professora e escritora e sobre a importância da leitura. Ela contará também uma das muitas histórias que escreveu. Simultaneamente, um ator dará vida aos personagens por meio de mímica. Está prevista ainda a realização de um concurso de desenhos alusivos à história contada pela imortal da ABL.
Curiosidades
Promovida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a Bienal Rio teve investimentos de R$ 44,8 milhões. Ela será realizada de 30 deste mês a 8 de setembro, no Riocentro, Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.
Segundo os organizadores, a quantidade disponível de livros para venda nessa edição atinge 5,5 milhões, número semelhante ao da população da Finlândia. As obras chegarão ao Riocentro em 984 caminhões.
Cerca de 12 mil trabalhadores participam do projeto, que envolve curadores, segurança, montadores, motoristas, pessoal de ‘marketing’, comunicação, projetistas, ‘designers’, recepcionistas, vendedores, serviços gerais, estoquistas, entre outras profissões. Somente na montagem atuaram 2.370 profissionais, de acordo com informação da organização da Bienal.
Esta décima nona edição da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro reúne 300 autores nacionais e estrangeiros, 520 expositores e cerca de 31,5 mil profissionais ligados à educação.
Outra curiosidade se refere à alimentação. Durante os dez dias da Bienal, são vendidos em torno de 44.500 sanduíches, 102.300 refrigerantes, 56.465 copos de água, 15 mil fatias de ‘pizza’, quase 13 mil salgados e 14.428 pratos executivos, além de 11 mil cachorros quentes e copos de mate, cada.
Os bilhetes para o festival literário têm valor de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada) e já podem ser adquiridos no ‘site’ da Bienal (www.bienaldolivro.com.br).