Bloco Senta que Eu Empurro faz desfile inclusivo na zona sul do Rio
O grupo de cadeirantes desfilará na sexta-feira (dia 28), no Catete, pela sétima vez
Rio de Janeiro|Do R7, com Agência Brasil
Pelo sétimo ano consecutivo, a administradora de empresas Ana Cláudia Monteiro, cadeirante, leva às ruas do Catete, zona sul do Rio de Janeiro, o bloco Senta que Eu Empurro. Ele sai no próximo dia 28, “sempre na sexta-feira que precede o carnaval”, disse Ana Cláudia, à Agência Brasil.
A ideia do bloco surgiu de um grupo de pessoas que trabalhavam no Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência e que gostavam muito de carnaval. Um dia, a psicóloga Márcia Benevides, deficiente visual, que trabalhava com o grupo, manifestou o desejo de saber qual era a sensação de andar de cadeira de rodas.
— Então, alguém falou: Senta que eu empurro, Márcia. Na hora, a gente pensou: poxa, dá um bloco de carnaval, vamos fundar. No grupo, tinha um jornalista e ele espalhou a notícia. Fez uma matéria falando do bloco e a gente foi obrigado a botar o bloco na rua—, disse Ana.
De acordo com cálculos da Polícia Militar e da Guarda Municipal, cerca de 2 mil pessoas participaram do desfile no ano passado. Ana Cláudia disse que vem gente de fora do Rio especialmente para desfilar no bloco.
— Em geral, são muitas pessoas com deficiência, de todas as partes que você puder imaginar. Gente de São Paulo, do Maranhão, de Minas Gerais, que vem só para o desfile do bloco, além de pessoas com deficiência do Rio e moradores do bairro, que têm um carinho especial pelo bloco.
Ana Cláudia disse que o Senta que Eu Empurro é um bloco que prima pela inclusão.
— A ideia é essa. É mostrar que todo mundo pode brincar o carnaval, cada um à sua maneira.
A turma começará a se concentrar a partir das 18 h, na Rua Artur Bernardes, número 26. A saída do desfile está marcada para às 20 h. Depois de percorrerem várias ruas do bairro, os integrantes do bloco encerram o desfile no estabelecimento Paraíso do Chope.
— Termina tudo com uma chopada.
A porta-bandeira do bloco é a pentacampeã brasileira de dança em cadeira de rodas, Viviane Macedo. A madrinha de bateria é uma anã passista de escola de samba, Viviane Alves de Assis. Outra passista é a primeira repórter com síndrome de Down do Brasil, Fernanda Honorato.