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Caso Amarildo: morador da Rocinha diz que PMs de UPP eram violentos e que foi ameaçado por major

Justiça ouve mais quatro testemunhas de acusação nesta quarta-feira

Rio de Janeiro|Do R7

25 PMs são acusados de torturar e sumir com corpo de Amarildo Dias
25 PMs são acusados de torturar e sumir com corpo de Amarildo Dias

Começou na tarde desta quarta-feira (19) o terceiro dia de audiência de instrução e julgamento do caso Amarildo. Por volta das 15h40, a segunda testemunha de acusação desta quarta revelou que teria sido ameaçada pelo major Édson Ribeiro, então comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Rocinha, e por isso não teve o nome revelado. Segundo o depoimento do morador, as equipes dos soldados Roberto Vital e Rodrigo Avelar eram as mais violentas. A testemunha afirmou que os PMs davam choques elétricos para conseguir informações.

Segundo o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), quatro testemunhas de acusação foram arroladas para este terceiro dia de audiência. O primeiro a depor nesta quarta foi o técnico perito do MP (Ministério Público) Robson Spinelli.

De acordo com Spinelli, uma perícia acústica foi realizada na terça-feira (18)nos contêineres que funcionam como instalação para a UPP da Rocinha. Ele afirmou que é possível ouvir ruídos externos dentro dos equipamentos e que, devido a passagem de uma fiação elétrica, as janelas não ficam fechadas.

Na semana passada, o soldado Allan Jardim, que estava em um cônteiner de apoio durante a suposta sessão de tortura de Amarildo, afirmou ter ouvido gritos de sufocamento saindo do contêiner principal da UPP da Rocinha no dia 14 de julho, quando Amarildo desapareceu. Ele também disse ter visto cinco PMs saindo com uma capa de moto em direção a mata antes do fim do seu turno. Outra testemunha de acusação, a PM Dezia Juliana de Souza, disse que ouviu gargalhadas após a suposta sessão de tortura.


Entenda o caso

Amarildo desapareceu no dia 14 de julho de 2013 após ser levado por policiais militares para a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha para averiguação durante a operação Paz Armada, da Polícia Militar. Após o desaparecimento, familiares e vizinhos fizeram protestos que chegaram a fechar o túnel Zuzu Angel. Todos se perguntavam: Onde está o Amarildo?

O caso ganhou repercussão e entrou na pauta dos protestos que tomaram a cidade no segundo semestre do ano passado. Em outubro, 25 PMs da UPP da Rocinha foram presos sob acusação de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. Entre eles, o major Edson Santos, comandante da unidade.

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