Caso Eduardo: CPI analisará inquérito que inocenta PMs e quer que delegado explique investigação
Nesta quinta, comissão aprovou requisição de inquérito que isenta PMs de culpa
Rio de Janeiro|Do R7

A CPI dos Autos de Resistência da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) quer ter acesso ao inquérito sobre a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, morto em abril passado com um tiro de fuzil na cabeça no Complexo do Alemão. Os investigadores concluíram que os PMs envolvidos na ocorrência não devem ser punidos porque agiram em legítima defesa ao reagir a ataque de traficantes. Segundo o inquérito, o menino de dez anos, que estava na porta de sua casa e foi atingido quando manuseava um celular, estaria na linha de tiro.
Nesta quinta-feira (5), a comissão aprovou requisição de inquéritos policiais instaurados em 2015, dentre eles o resultado da investigação da morte da criança.
O presidente da CPI dos Autos de Resistência, Rogério Lisboa (PR), afirmou que é dever da comissão analisar a investigação.
— Nós precisamos saber com urgência como se deu a mecânica do inquérito. Os PMs alegam que houve tiroteio - o que a mãe da vítima nega - e a Divisão de Homicídios concluiu que o garoto ficou no meio do fogo cruzado. Na prática, configurou-se um auto de resistência, só que teve um terceiro no meio, uma criança de dez anos.
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A CPI também vai convidar o diretor da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, para explicar em audiência a condução do inquérito que foi encaminhado ao Ministério Público.
Os deputados aprovaram também requerimento para terem acesso a documentos sobre o consumo de munição por policial e por batalhão em operações policiais em favelas.