Comunidades do RJ lutam contra novo coronavírus e falta de água
Moradores do Alemão e do Camarista Méier, na zona norte do Rio, além da Chatuba, em Mesquita, afirmam que estão sem abastecimento há um mês
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7*
Parte da população do complexo do Alemão e do Camarista Méier, na zona norte do Rio de Janeiro, além dos moradores da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, afirmam que estão há um mês sem água nas torneiras. Eles intensificam os protestos pela normalização do abastecimento com a proliferação do novo coronavírus pelo Estado.
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A população afetada afirma que não tem como higienizar as mãos de maneira correta em casa e que precisa buscar água em outros pontos das comunidades, contrariando as indicações de permanecer em casa durante a quarentena.
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“Eu estou com medo do coronavírus. Não tem água nem para lavar a mão. Estamos carregando baldes e baldes, garrafas e garrafas”, disse uma moradora do Alemão conhecida como Jurema, de 64 anos, em vídeo que viralizou nas redes sociais.
O ativista Fabio Bento, do Coletivo Papo Reto, que também é do complexo do Alemão, afirmou nas redes sociais que é “gravíssima a situação das favelas” no caso da Covid-19 se proliferar pela cidade. “Nas favelas vivemos todos os problemas de formas bem agressivas o tempo todo e sofremos em todas as escalas quando o assunto é garantia de direitos”, disse.
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Em nota, a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) afirmou que não há desabastecimento generalizado no Alemão, mas que enviará equipes em pontos específicos da comunidade. No Camarista Méier, a companhia responsabilizou a “ocupação desordenada e irregular” pela falta de água. Na Chatuba, a empresa explicou que uma rede de drenagem, sem ligação com a Cedae, rompeu e causou problemas no abastecimento da região.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Celso Fonseca