Criança encontrada seminua em carro de PM reformado começa tratamento psicológico
Família passará por avaliações com especialistas em causas de violência sexual contra menores
Rio de Janeiro|Do R7

A menina de dois anos encontrada seminua, no último sábado (10), no carro do coronel reformado da PM Pedro Chavarry Duarte, iniciou atendimento médico e psicológico, segundo informou a SEASDH (Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos). A criança e os pais vão passar por avaliações com especialista em causas de violências sexuais contra menores de idade no CIAM (Centro Integrado de Atendimento à Mulher), no centro do Rio.
A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva do militar na tarde de segunda-feira (12). Na decisão, a juíza Ana Paula Barros, do TJRJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), diz que a prisão é necessária devido à gravidade do crime e que os envolvidos podem ser constrangidos, caso o coronel esteja em liberdade.
Duarte, que atualmente é presidente do CBPMERJ (Caixa Beneficente da Polícia Militar do Rio de Janeiro), está preso no Batalhão Prisional, em Niterói, região metropolitana do Rio. O coronel reformado chegou a pedir para que a ocorrência fosse encerrada e ofereceu vantagens aos agentes responsáveis pelo caso. Um vídeo mostra o momento em que o militar diz que "vai resolver tudo" na segunda-feira e pede a finalização da ocorrência.
A Polícia Civil também prendeu na manhã de segunda-feira (12) uma mulher suspeita de entregar a criança para o militar. Thuanne Pimenta dos Santos, de 23 anos, foi presa em Ramos. De acordo com a polícia, as provas reunidas ajudaram a identificá-la e a conseguir o mandado de prisão na noite do último domingo (11).
O secretário Paulo Melo também orientou a SEASDH a incluir o caso do policial entre as ações investigadas pelo núcleo de combate ao tráfico de pessoas, que conta com apoio dos promotores do MPF (Ministério Público Federal). A ideia é federalizar a apuração, caso avance a denúncia de ligação do coronel Pedro Duarte com o tráfico de bebês.
— Será necessário um minucioso trabalho para ver o rastro do coronel nestes 23 anos. Desde a sua prisão, em 1993, da qual participei, até hoje, certamente existem outros casos de violência contra crianças e que, agora, podem vir à tona, principalmente com a colaboração da população em denunciar o oficial da PM.
Na avaliação do secretário, a família da menina vai precisar de um longo período de tratamento psicológico.
— A família não é desestruturada como se chegou a falar inicialmente. São pessoas humildes, o pai trabalha e mora com a mãe e a família. Todos estão temerosos com a repercussão, assustados. Mostramos que as nossas equipes multidisciplinares vão ajudá-los neste momento.
Assista à entrevista com a mãe da vítima: