Trocas de tiros assustaram os moradores da região
Reprodução/Record TV RioA Defensoria Pública do Rio de Janeiro fará uma visita nesta terça-feira (12) ao morro Fallet-Fogueteiro, na região central da cidade, para ouvir moradores do local e familiares das pessoas mortas durante uma ação da Polícia Militar na última sexta-feira (8).
Segundo as famílias, a operação da PM que terminou com 13 mortos, teve pelo menos nove execuções. O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) irá ouvir os comandantes dos batalhões envolvidos na ação.
A mãe de um dos mortos, Tatiana Carvalho, formalizou a denúncia ao MP-RJ e alegou que seu filho e seu sobrinho foram executados e torturados por policiais militares.
“Não importa se eles eram do tráfico. Não importa o que eles eram. Eles sempre chegam na comunidade assim, não é de hoje. Não é de hoje que eles chegam matando morador e quem não for morador”, disse Fátima aos jornalistas em frente à sede do MP-RJ.
De acordo com José Ricardo Bandeira, especialista em segurança pública, as operações da Polícia precisam ser amparadas por ações prévias de inteligência.
“A segurança pública precisa urgentemente de menos ações policiais e mais investimento em inteligência e investigação, impedindo que drogas, armas e munições cheguem às comunidades dominadas pelo crime organizado. Somente assim poderemos ter níveis de violência e criminalidade aceitáveis”, analisou José Ricardo.
“Não vou me calar, não vou. Vou até o final, quero justiça. Eu mereço, sou mãe. Eles poderiam estar errados o que for, mas eles [policiais militares] não têm direito de chegar na comunidade e tirar a vida de ninguém. Eles têm que levar preso”, desabafou Fátima.
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De acordo com a Polícia Militar, a corporação foi acionada para intervir em um confronto entre facções rivais pelo controle da região do morro Fallet-Fogueteiro. Ainda segundo a PM, um inquérito foi instaurado para avaliar as medidas adotadas pelos agentes durante a operação.
Apesar das investigações, os policiais militares envolvidos na ação continuam nas ruas. Suas armas foram recolhidas pela Polícia Civil para perícia.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa