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Delação: Delcídio diz ter ouvido de Paes que Banco Rural "maquiou" dados na CPI dos Correios

Segundo senador, maquiagem consistiria apagar dados que comprometiam Aécio Neves

Rio de Janeiro|Do R7

Segundo Delcídio, dados bancários que comprometiam Aécio Neves foram apagados pelo Banco Rural; Aécio nega versão
Segundo Delcídio, dados bancários que comprometiam Aécio Neves foram apagados pelo Banco Rural; Aécio nega versão

O senador Delcídio do Amaral (MS) afirmou em sua delação premiada que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), foi emissário do senador Aércio Neves (PSDB-MG) no contexto da CPI dos Correios, da qual Delcídio foi presidente, para pedir a portergação de prazo para quebra de sigilos fiscal e bancário do Banco Rural. O senador, que teve a delação homologada nesta terça-feira (15) pelo Supremo Tribunal Federal, contou que, após concordar com o adiamento, Paes — então subrelator da comissão e secretário-geral do PSDB — teria lhe dito que o dados haviam sido "maquiados" pela instituição financeira.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa de Paes negou que ele tenha sido procurado por Aécio para pedir a postergação da quebra de sigilo bancário do Rural. A nota diz ainda que Paes desconhece que tenha havido maquiagem de dados, porque o trabalho de investigação fora acompanhado por técnicos do Tribunal de Contas da União e do Banco Central. "De qualquer maneira, quem deve esclarecimentos sobre eventuais contas no Banco Rural é o senador Aécio Neves", afirma a nota.

Segundo Delcídio, o pedido de quegra dos sigilos do Banco Rural provocou "um certo incômodo por parte do PSDB". O senador disse que uma dessas pessoas incomodadas era o então governador de Minas Gerais. Aécio enviou, segundo Delcídio, emissários para que os prazos de entrega das quebras de sigilo fossem delongados, com a justificativa de que "não haveria tempo hábil para preparar essas respostas".

"Foi com surpresa que o declarante percebeu, a receber as respostas, que o tempo fora utilizado para maquiar os dados que recebera do Banco Rural; que, ficou sabendo que os dados eram maquiados porque isso lhe fora relatado por Eduardo Paes e o próprio Aécio Neves; que, os dados atingiriam em cheio as pessoas de Aécio Neves e Clésio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais; que, o declarante compreendeu a existência da maquiagem pelo fato de que a gênese do mensalão teria ocorrido em Minas Gerais", segundo afirma Delcídio na delação premiada.


Ao saber que os dados estavam maquiados, Delcídio afirmou que "segurou a bronca", ou seja, não tomou nenhuma providência. Segundo ele, a maquiagem consistiria em "apagar dados bancários comprometedores que envolviam Aécio Neves, Clésio Andrade, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcos Valério e companhia". O senador ainda afirmou que o relatório final da CPI dos Correios foi feito com base nesses dados maquiados. Os fatos ocorrreram em 2005 e 2006.

Outro lado


Aécio emitiu nota após a divulgação da delação para dizer que todas as citações de Delcídio sobre ele são "mentirosas". O senador citou o tucano em três oportunidades: sobre uma fundação que a mãe de Aécio queria criar no exterior; o suposto recebimento de propina do senador via Furnas; e no contexto da CPI dos Correios.

"O delator relaciona o nome do senador Aécio ao Banco Rural no contexto da CPMI dos Correios. O senador jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse. Nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta corrente na instituição ou solicitou empréstimos", afirma a assessoria de imprensa de Aécio.

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