Exército acompanha Bope em operação para conhecer terreno na Maré
A data da entrada definitiva dos militares no complexo ainda não foi divulgada
Rio de Janeiro|Do R7
Militares do Exército acompanham agentes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) numa operação nesta quarta-feira (26) para conhecer a geografia do Complexo da Maré, na zona norte do Rio. A data da entrada definitiva dos militares na região ainda não foi divulgada. Cerca de 4.000 homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança permanecerão no complexo por tempo indeterminado, até deixar o território para a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) pela Polícia Militar.
As tropas já contam com um mapeamento, realizado pela Secretaria Estadual de Segurança, que aponta as zonas onde há maior incidência de confrontos. O Ministério Público Militar afirmou que o Exército usará mandados de busca coletivos, já que há muitas casas aglomeradas sem numeração.
Os dias que antecedem a operação de ocupação pelo Exército são de apreensão entre os cerca de 120 mil habitantes do conjunto de favelas, localizado entre a avenida Brasil e a linha Vermelha. Na terça (25), uma confusão entre moradores gerou boatos de tiroteio e provocou a suspensão das aulas nas escolas públicas da região. Cerca de 8 mil estudantes foram dispensados na parte da tarde.
Também na terça, o BAC (Batalhão de Ações com Cães) apreendeu na comunidade da Nova Holanda 30 tabletes de maconha e cerca de 5.300 trouxinhas de maconha, além de um tablete de crack. As drogas foram encaminhadas para a Delegacia de Bonsucesso (21ª DP), onde o caso foi registrado.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que vai pedir ajuda federal para a segurança pública “quantas vezes for necessário”. A informação foi passada após Cabral ter sido perguntado se o pedido de ajuda feito, na semana passada, ao governo federal, não demonstra que a situação da violência saiu do controle do governo do Estado.
Cabral acrescentou ainda que, ao pedir auxílio à União, na última sexta-feira (21), a presidente Dilma Rousseff disse que ajudaria “com enorme prazer”, pois reconhecia o que o governo fluminense havia conquistado nesses sete anos e que a política de segurança pública do Estado era “vitoriosa”.
O governador explicou que pediu ajuda por não ter atritos entre as esferas do governo. Ele também disse que vai pedir o apoio das forças federais sempre que necessário.
— Solicitamos agora e vamos solicitar quantas vezes for necessário, porque — ao contrário do que era hábito no Rio de Janeiro, em que as forças estaduais não falavam com as federais, que não falavam com as municipais e ficavam disputando protagonismo — no meu governo não tem disputa de protagonismo. Temos a visão de melhorar a vida do povo. Se eu tiver que pedir 20 vezes, 30 vezes o apoio das forças federais para apoiar a população do Rio na luta pela paz, eu farei.