Exército vai investigar morte de músico fuzilado por militares no Rio
Delegacia de Homicídios informou que realizou uma perícia no local em apoio ao Exército. Justiça Militar vai apurar o caso, conforme determina a lei
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
A investigação sobre a morte de Evaldo Rosa dos Santos, que teve o carro fuzilado em uma ação do Exército, em Guadalupe, zona oeste do Rio de Janeiro, no último domingo (7), ficará sob a responsabilidade da Justiça Militar, segundo informações da Secretaria de Polícia Civil.
Em nota, a Delegacia de Homicídios da Capital informou ter realizado uma perícia no local em apoio ao Exército Brasileiro, que assumiu as investigações do caso, conforme determina a Lei nº 13.491, de 13 de outubro de 2017.
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Sancionada pelo ex-presidente Michel Temer, a lei diz que crimes cometidos por militares das Forças Armadas durante o exercício de suas funções, mesmo que dolosos, contra civis serão da competência da Justiça Militar.
Procurado pelo R7, o CML (Comando Militar do Leste) afirmou que uma apuração preliminar vai ouvir militares e testemunhas envolvidas no caso. O Ministério Público Militar irá supervisionar os depoimentos.
80 tiros disparados
O carro de Evaldo foi alvejado por mais de 80 tiros em uma área que fica próxima à Vila Militar no domingo (7). A esposa e o filho de 7 anos estavam no veículo, mas nada sofreram. Ferido, o sogro foi socorrido ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, onde está internado com quadro de saúde estável .
Em desespero, após o ocorrido, a mulher de Evaldo, Luciana Santos, questionou a ação dos militares. “O que eu vou falar para o meu filho apaixonado pelo pai? Minha vida acabou. Por que eles fizeram isso? Ele tinha saído para me levar a uma festa e depois voltaria para trabalhar. A gente não devia ter saído de casa.”
Homenagem da banda
Evaldo era um dos integrantes do grupo Remelexo da Cor. Nas redes sociais, a banda escreveu que estava de luto pela morte do primeiro cavaquinista. Em diversos comentários, fãs lamentaram o ocorrido, prestaram solidariedade à família e cobraram que os responsáveis sejam punidos.