Família desiste de assumir quiosques onde Moïse foi morto
Representante da OAB disse que parentes da vítima ficaram com medo após um dos donos se negar a sair do local
Rio de Janeiro|Inácio Loyola*, do R7, com Record TV
A família de Moïse Kabagambe desistiu de assumir a operação dos quiosques onde o congolês foi brutalmente assassinado em janeiro.
De acordo com o procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), Rodrigo Mondego, os parentes da vítima estão com medo. Ele explicou que a família ficou assustada após um dos donos do quiosque afirmar que não sairia do local.
Ainda segundo Mondego, na próxima semana será realizado um novo encontro entre a família e a Prefeitura do Rio. O advogado disse que alternativas poderão ser debatidas para um local de homenagem a Moïse, além da possibilidade de entregar outros quiosques aos familiares.
A concessão havia sido oficializada pelo prefeito Eduardo Paes, na última segunda-feira (7). O projeto original previa a transformação do espaço em memorial e ponto de transmissão da cultura de países africanos.
Assassinato de Moïse
Moïse Kabagambe foi brutalmente assassinado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, no dia 24 de janeiro deste ano. A vítima teria sido agredida, com pedaços de madeira e taco de beisebol, após cobrar o pagamento de diárias no quiosque onde trabalhava como ajudante de cozinha.
O caso gerou indignação na população e diversos protestos que pediam justiça. Após a ampla repercussão, três homens foram presos pela morte do congolês. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta; e Fábio Pirineus da Silva, o Belo; vão responder por homicídio duplamente qualificado, pela crueldade da ação e
O MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro) também abriu uma investigação para apurar as condições do trabalho nos quiosques.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira