Agressores de Moïse já tinham antecedentes criminais
Segundo as investigações, dois dos três presos possuíam passagens por extorsão, falta de pagamento de pensão e ameaças
Rio de Janeiro|Gabriel Pieroni*, do R7, com Record TV Rio
Dois dos três presos pela morte de Moïse Kabamgabe possuíam antecedentes criminais. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, já tinha passagem por corrupção de menores, extorsão e porte ilegal de arma. Já Fábio Pirineus da Silva, o Belo, por falta de pagamento de pensão alimentícia e ameaças à ex-mulher.
A polícia prendeu temporariamente três dos quatro agressores que mataram o congolês. Moïse foi espancado, amarrado e morto por ao menos quatro homens, no dia 24 de janeiro, em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
O crime foi registrado por câmeras de segurança do quiosque onde a vítima trabalhava.
Os criminosos foram transferidospara a cadeia José Frederico Marques, em Benfica, zona central do Rio, nesta quarta-feira (2).
Na tarde desta quarta, a família de Moïse prestou depoimento na Delegacia de Homicídios. O depoimento foi acompanhado por Rodrigo Mondego, procurador de direitos humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil). Mondego disse, em entrevista à imprensa, que a família de Moïse Kabamgabe não teve acesso ao inquérito sobre a morte do jovem congolês.
Segundo Mondego, existe uma tentativa de desqualificar a vítima, responsabilizando Moïse pela situação que provocou sua própria morte, por ele ter estado supostamente alcoolizado.
O MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro) também abriu inquérito para apurar a morte do congolês. O órgão vai investigar a relação trabalhista entre as partes. Em nota, o MPT informou que a denúncia aponta para um possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, o que pode configurar trabalho em condições análogas às de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa