A Polícia Civil encontrou, nesta terça-feira (17), uma farda com características da Marinha no ferro-velho onde o perito Renato Couto foi baleado por militares, na Praça da Bandeira, no centro do Rio de Janeiro.
O uniforme foi localizado dentro de um caminhão durante uma ação de limpeza e apreensão da polícia e da Seop (Secretaria de Ordem Pública) no local, que foi interditado na segunda (16) e será demolido.
O depósito já vinha sendo investigado pela prefeitura desde janeiro, quando nele foi apreendido material da Comlurb, de acordo com o secretário Brenno Carnevale. Na ocasião, o dono do ferro-velho, Lourival Ferreira de Lima, e seu filho, o militar Bruno Santos de Lima, foram conduzidos à delegacia.
A polícia também irá apurar se o veículo no qual a farda estava também pertence à Marinha, uma vez que possui cores semelhantes às da corporação.
Em nota, a Marinha do Brasil informou que o caminhão não pertence nem nunca pertenceu à instituição. Além disso, destacou que qualquer material encontrado no local que possa ter ligação com eventuais atos criminosos foi entregue à Força e será analisado no âmbito do Inquérito Policial Militar, instaurado pelo Comando do 1º Distrito Naval.
Lourival, Bruno e mais dois militares estão presos desde domingo (15), acusados de matar Renato. O perito papiloscopista foi até o ferro-velho para reaver materiais que haviam sido roubados de sua obra e acabou sofrendo uma emboscada do grupo.
Bruno e dois colegas, Manoel Vitor Soares e Daris Fidelis Motta, sequestraram o policial, que foi baleado duas vezes e depois jogado ainda com vida no rio Guandu, onde morreu afogado, como apontou o laudo de necropsia do IML (Instituto Médico Legal).
A polícia analisa vídeos que teriam sido gravados na sexta-feira (13) e mostram o perito antes de ser levado pelo bando. Em um dos registros, Renato discute com o dono do ferro-velho, enquanto em outras imagens é possível ver homens colocando outro dentro de uma van.
O perito foi enterrado nesta terça, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste do Rio. A cerimônia teve a presença de amigos e familiares da vítima, inclusive de sua mãe, que chegou a passar mal.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira