Filho confessa morte do cineasta Eduardo Coutinho após suposta alucinação

O filho de Eduardo Coutinho admitiu ter matado o pai a facada por impulso durante audiência de instrução e julgamento do processo, nesta quarta-feira (2). Daniel de Oliveira Coutinho foi preso em flagrante e responde pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio, pois também tentou matar a sua mãe, Maria das Dores Coutinho. 

Interrogado, Daniel Coutinho afirmou que sofria de síndrome do pânico e que, após raspar a cabeça, percebeu nela uma inscrição, a sequência de números 666. A partir daí, disse ter sido tomado por uma obsessão espiritual e que, “apesar de amar muito seus pais”, resolveu matá-los por “medo de lhes acontecer algum mal”.

Além disso, Daniel explicou que dormia com uma faca já alguns dias antes do crime. No dia do crime ele acordou em pânico, e decidiu, num surto, matar os pais e depois suicidar-se. Para não causar dor resolveu atacar os pais enquanto dormiam. Primeira a ser agredida, a mãe acordou e conseguiu escapar para o banheiro. Eduardo Coutinho levantou-se com a confusão e acabou sendo morto pelo filho.

— A pessoa que entrou no quarto dos meus pais achava que era Satanás. Quando achei a sequência de números na minha cabeça, eu pensava que era o demônio. Era uma obsessão espiritual, fui induzido a matar meus pais e depois a me matar. Eu tentei me matar, mas aí não aconteceu nada. Me senti enganado pelos espíritos. Foi quando eu fui procurar ajuda para tentar salvar meus pais.

Antes do depoimento do acusado, a Justiça ouviu o porteiro do prédio onde morava a família, José Roberto do Nascimento. A Justiça aguarda o laudo do exame de sanidade mental de Daniel Coutinho.