Furna da Onça: MPF denuncia Cabral, 10 deputados e mais 18 no RJ
Grupo é acusado pelo MPF de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em esquema de pagamento de propina a parlamentares
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, 10 deputados estaduais e outras 18 pessoas foram denunciados à Justiça, nesta sexta-feira (14), por envolvimento em esquemas ilegais investigados na Operação Furna da Onça, deflagrada em novembro. O caso será analisado TRF2 (Tribunal Regional Federal na 2ª Região).
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), entre os denunciados estão ex-secretários de Estado, atuais e ex-assessores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), além de gestores da cúpula do Detran-RJ.
O grupo foi acusado pelo MPF de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A operação revelou um esquema de pagamento de propinas e prêmios destinados a deputados do mesmo grupo político de Sérgio Cabral, além do oferecimento de postos de trabalho em órgãos estaduais em troca de apoio.
Leia também
O MPF afirmou que as irregularidades ocorreram durante as gestões de Cabral, entre os anos de 2007 e 2014, e Pezão, de 2014 a 2018. Além de Cabral, os ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo, ambos do MDB, também foram apontados com líderes da organização.
Leia mais: Assembleia do RJ discute cassação de presos na ‘Furna da Onça’
Durante as investigações, 10 deputados de oito partidos foram presos preventivamente. Três parlamentares - Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi - também já haviam sido alvos da Operação Cadeia Velha.
Procurada pelo R7, a assessoria de Paulo Melo afirmou que matém o mesmo posicionamento apresentado no início das investigações.
A defesa de Albertassi disse que ainda está analisando a denúncia e que vai contestar as acusações no decorrer do processo.
O assessor de Jorge Picciani declarou que a defesa do parlamentar não recebeu o documento, mas considera as acusações injustas, desprovidas de provas e contraditórias.
"Basta observar que o delator Carlos Miranda diz, em suas declarações, que o suposto esquema de compra de apoio político ao então governador Sérgio Cabral teria começado em 2011, quando o deputado Jorge Picciani não tinha mandato. Além disso, o próprio delator atesta que no período em que Picciani foi presidente da Alerj, no primeiro mandato de Cabral (2007-2010), nada lhe foi repassado", informou a defesa por meio de nota.
O R7 tenta contato com a defesa de outros citados na reportagem.