Inglês acusado de chefiar máfia dos ingressos deixa prisão
Raymond Whelan foi beneficiado por um habeas corpus, mas não pode sair do Rio
Rio de Janeiro|Do R7

O inglês Raymond Whelan, acusado de chefiar o esquema de desvio de ingressos para cambistas durante a Copa do Mundo, deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona sul do Rio, na tarde desta quarta-feira (6). Ele foi beneficiado por um habeas corpus, concedido na terça-feira (5) pelo ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Whelan ficou preso por três semanas. Ele é CEO da Match, empresa autorizada pela FIFA para vender ingressos da Copa do Mundo, e foi flagrado pela Polícia Civil negociando entradas com o franco-argelino Lamine Fofana, que, segundo as investigações, coordenava uma quadrilha de cambistas.
Fofana continua preso. Já Whelan, apesar do habeas corpus, não poderá sair do Rio de Janeiro. Para Marco Aurélio, somente a imputação da acusação contra o diretor da Match não justifica a manutenção da prisão preventiva.
— Observem o arcabouço normativo constitucional, em síntese, a ordem jurídica, e, mais do que isso, a sequência natural relativa ao processo-crime. A regra é apurar para, selada a culpa, prender, executando-se, então, o título judicial condenatório. A inversão não contribui para a segurança jurídica, o avanço cultural—, afirmou o ministro.
Além do executivo da Match, no dia 10 de julho, a Justiça do Rio determinou a prisão de dez acusados de fazer parte do esquema. Segundo o Ministério Público, autor da denúncia, os acusados respondem pelos crimes de organização criminosa, cambismo, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.