Investigação identifica dois PMs que davam cobertura a Guarabu
Desvio de conduta de militares atrapalhou estratégia de inteligência da PM e ainda pode ter ligação com a morte de um major que monitorava quadrilha
Rio de Janeiro|Karolaine Silva, do R7* com Record TV
Dois policiais militares foram identificados como colaboradores do traficante Fernandinho Guarabu, morto nesta quinta-feira (28), durante uma ação do Coe (Comando de Operações Especiais) na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.
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De acordo com uma fonte ligada às investigações que apuram a morte de Guarabu, os militares teriam resgatado o chefe do tráfico do Morro do Dendê em uma viatura da corporação durante uma operação da Polícia Civil no começo deste ano.
O GPS do veículo confirmou o trajeto utilizado na fuga para evitar a prisão do traficante mais procurado do Rio.
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Corrupção de agentes
O desvio de conduta de militares não só atrapalhou uma estratégia de inteligência da Polícia Militar como também pode ter sido responsável por tirar a vida do Major Alan de Luna Freire em novembro de 2018.
Luna instalou câmeras de segurança em um esconderijo dos traficantes do Dendê e monitorou durante dois meses ações criminosas.
Após conseguir as imagens, o major foi morto com 20 tiros por homens armados com fuzis em uma rua próxima à residência dele, na Baixada Fluminense.
Segundo as investigações, ele foi assassinado a mando de "Batoré", um dos comparsas de Guarabu, que também tinha informantes dentro da polícia.
Agora, a polícia tenta identificar todos os agentes que têm ligação com os traficantes para que o próximo a assumir o comando do tráfico não tenha informações privilegiadas.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira