Matheus Silva, de 18 anos, era um jovem considerado divertido e amigo pelos familiares e conhecidos. Trabalhava em uma empresa na qual dançava valsa com debutantes em festas de 15 anos. Na madrugada do último sábado (24), o jovem voltava de um trabalho em São Gonçalo, na região metropolitana, quando foi baleado e morto em um tiroteio na Rocinha.
Segundo Alexander Izaias, responsável pela empresa e professor do meninos que trabalham lá, Matheus era o mais animado do grupo e estava sempre fazendo brincadeiras.
— Ele era o que mais me perturbava, menino gente boa, muito brincalhão. Não lembro dele triste, isso não fazia parte dele.
Alexander disse ao R7 que no grupo, muitos jovens tinham sonho de ser militar, assim como Matheus. O sonho foi interrompido após sair do evento onde se apresentava com roupa de oficial e receber seu cachê pela apresentação.
— Ele trabalhava há um ano e meio com a gente e tinha acabado de fazer uma festa em São Gonçalo. Dei o cachê a ele e ele foi para casa, mas antes ele resolveu passar no baile funk.
Seis pessoas foram baleadas durante a operação da Polícia Militar no sábado, segundo a corporação. Em nota, eles informaram que todos eram criminosos e foram encaminhados para o Hospital Miguel Couto, na Gávea. Entretanto, a Polícia Civil informou que além dos seis corpos socorridos, outros dois mortos foram deixados por moradores na passarela da autoestrada Lagoa-Barra, onde ficaram até a chegada da perícia.
Operação do Bope deixa um morto na Rocinha nesta segunda (26)
Não há confirmação se o corpo de Matheus está entre os socorridos no Miguel Couto que foram apontados como “criminosos” pela PM, mas a família e amigos negam que o jovem tivesse algum envolvimento com o crime. Para Alexander, a afirmação é absurda.
— As informações não batem com o que ele era. Como ele seria traficante fazendo parte de um grupo que não aceita traficantes?
Nas redes sociais, parentes e amigos do jovem expressaram tristeza em publicações e vídeos em homenagem ao jovem. O corpo de Matheus foi enterrado nesta segunda-feira (26), no cemitério do Caju, na zona norte do Rio. Na cerimônia, os amigos do grupo de valsa fizeram homenagens com a roupa que costumavam se apresentar.