Operação do Bope deixa um morto na Rocinha nesta segunda (26)
Clima volta a ficar tenso na comunidade após morte de oito pessoas no final de semana; ação da PM tem tiroteio intenso e apreensão de um fuzil
Rio de Janeiro|Jaqueline Suarez, do R7*
Após a morte de oito pessoas no último sábado (24), tiros voltaram a ser registrados na favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (26). Ao menos uma pessoa morreu, segundo a Polícia Militar, durante confronto. Os agentes também apreenderam munições e um fuzil.
Segundo os moradores, o confronto é intenso e ocorre no ponto conhecido como 199. Nesta manhã, agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) fazem uma operação na comunidade.
Na manhã de sábado, oito pessoas foram mortas na Rocinha. A Polícia Militar informou que as vítimas eram suspeitas e foram alvejadas durante confronto com o Batalhão de Choque, porém as circunstancias das mortes ainda são investigadas pela DH (Divisão de Homicídios).
Também no sábado, os moradores da Rocinha se despediram de Antonio Ferreira da Silva, de 70 anos, conhecido na comunidade como Marechal. O idoso foi morto na última quarta-feira (21), junto com o policial militar Felipe Santos de Mesquita, de 28 anos. Na ocasião, criminosos atacaram a base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), de acordo com informações da PM.
Guerra do tráfico
Desde setembro de 2017, a Rocinha é alvo de operações constantes em razão de uma guerra entre traficantes pelo controle da venda de drogas na comunidade.
Segundo o Disque Denúncia, um dos lideres da Rocinha é o traficante Leandro Pereira da Rocha, conhecido como "Bambú", de 28 anos.
Ele responde por diversos crimes como, tráfico de drogas, associação para a produção e tráfico, dano qualificado, resistência, homicídio qualificado, roubo majorado e crimes do sistema nacional de armas. Além disso, constam três mandados de prisão contra Leandro.
Mais de 100 presos
Em pouco mais de seis meses após o reforço na segurança, ao menos 52 pessoas morreram na Rocinha. Segundo o balanço da Polícia Militar, a maior parte das vítimas (48) seriam criminosos. Houve ainda a morte de dois policiais militares, um morador e uma turista espanhola.
Foram registrados ainda a prisão de 105 pessoas e apreensão de 22 menores.
Entre 18 de setembro e a manhã desta segunda, mais de 110 armas foram apreendidas. Entre elas três submetralhadoras, seis espingardas, 39 fuzis e 65 pistolas, além de 71 granadas e mais de duas toneladas de drogas.
*Estagiária do R7 Rio, sob supervisão de Rapahel Hakime