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Jungmann fala em reestruturação e admite extinção parcial das UPPs

Pelo menos 12 bases deverão ser retiradas e outras sete fundidas; maior parte dos moradores é contrário a saída da polícia 

Rio de Janeiro|Jaqueline Suarez, do R7*

Programa de pacificação completa dez anos no final deste ano
Programa de pacificação completa dez anos no final deste ano Programa de pacificação completa dez anos no final deste ano

O ministro extraordinário da Segurança Pública admitiu, nesta sexta-feira (27), que algumas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) deverão ser extintas. Raul Jungmann afirmou que o projeto passa por um momento de reestruturação, mas não mencionou quantas unidades seriam retiradas. Informações iniciais indicam que 12 bases seriam removidas e outras sete fundidas.

A decisão do Gabinete de Intervenção Federal considerou estudos que vem sendo realizados pela Polícia Militar desde o ano passado, que alertam para a perda de controle sobre alguns territórios e, consequente, aumento no número de confrontos.

Há pouco mais de um mês, o Gabinete já havia anunciado a retirada de duas bases da zona oeste do Rio de Janeiro. As UPPs da Vila Kennedy e do Batan estão em processo de desmonte e os agentes que trabalham nas unidades serão reincorporados ao Batalhão de Bangu (14ºBPM), que passará a patrulhar a área. 

Ao todo, são 38 unidades de pacificação no estado do Rio, sendo 37 na capital e apenas uma na Baixada Fluminense, no município de Duque de Caxias.

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Nos primeiros anos de funcionamento do programa, houve redução significativa dos índices relacionados à criminalidade nas comunidades, assim como, em todo o Estado. Porém, a partir de 2012 os números relacionados à violência voltaram a crescer e a polícia começou a perder seu espaço.

A primeira unidade foi inaugurada há quase dez anos no morro Santa Marta, em Botafogo, zona sul carioca. Já a última foi instalada em 2014, na Vila Kennedy.

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Moradores querem continuidade das UPPs

A extinção de metade das unidades está na pauta de discussão da Seseg (Secretaria Estadual de Segurança Pública) desde o começo do ano. À época, se comentava sobre a retirada de 18 unidades

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— Vários fatores têm de ser levados em consideração: o momento que estamos vivendo, a questão financeira para manutenção do projeto. Aquelas [UPPs] em que não haja um domínio territorial maior talvez possam ter reavaliadas a sua manutenção ou não — declarou o então comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias. Ele deixou o cargo após o decreto de intervenção federal na segurança do Rio, em fevereiro.

Apesar do projeto de pacificação ser mal avaliado por grande parte dos moradores — apenas 30% o veem de forma positiva — a retirada das unidades é rejeitada pela maioria. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade de Stanford em conjunto com o Observatório de Favelas e a ONG Redes de Desenvolvimento da Maré, lançado no final de março.

Para os pesquisadores, o resultado demonstra que o morador defende a continuidade do projeto, mas deseja melhorias. Entre os entrevistados, 62% avaliou que a vida na favela apresentou alguma melhora com a chegada das UPPs.

*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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