Justiça determina bloqueio de R$ 7 mi em bens de Cabral e Picciani
Em caráter liminar, decisão atendeu a um pedido do MP-RJ por ato de improbidade administrativa em várias obras realizadas no Estado
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
A juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), determinou o bloqueio de R$ 7 milhões em bens do ex-governador do Rio Sergio Cabral e do ex-presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) Jorge Picciani, além de um banqueiro suspostamente ligado ao parlamentar, nesta terça-feira (12).
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Ainda segundo o TJ-RJ, dos valores bloqueados, R$ 4 milhões pertencem a Sergio Cabral e R$ 3 milhões seriam de Jorge Picciani, do banqueiro e uma empresa de agropecuária.
A decisão, em caráter liminar, atendeu a uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa do Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção) do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
De acordo com o MP, os fatos narrados no processo foram descobertos a partir das investigações da Operação Lava Jato no Rio, que revelou a existência de uma organização criminosa formada no governo estadual, no período de 2007 a março de 2014, liderada pelo então governador Sérgio Cabral.
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Essa organização teria atuado em várias obras realizadas pelo governo do Rio, como a reforma do estádio do Maracanã para sediar a Copa do Mundo de 2014, a construção do Arco Metropolitano e projetos de urbanização em comunidades, conhecidos como "PAC das Favelas", dentre outras.
Ainda de acordo com o MP, uma das empresas beneficiadas com esse esquema criminoso necessitava gerar recursos em espécie a fim de pagar o valor exigido a título de propina pelo ex-governador e, para isso, fazia uso de “caixa 2” e lavagem de dinheiro por meio de contratos simulados ou superfaturados.
Ainda de acordo com as investigações, Jorge Picciani foi acionado para realizar uma série de operações de compra e venda de gado entre 2012 e 2014, totalizando 160 vacas no valor total e superfaturado de R$ 3.500 milhões.
Procurada pelo R7, a defesa de Cabral disse que não irá se manifestar. Já o advogado de Picciani ainda não foi localizado pela reportagem.