RJ: Justiça Federal aceita denúncia contra policiais rodoviários federais por morte da menina Heloísa
Os agentes são acusados pelo MPF de homicídio e quatro tentativas de homicídio, além de fraude processual
Rio de Janeiro|Do R7
A Justiça Federal aceitou, nesta quarta-feira (20), a denúncia contra três policiais rodoviários federais envolvidos na morte da menina Heloísa, de 3 anos, no Rio de Janeiro.
Os agentes são acusados pelo MPF (Ministério Público Federal) de homicídio e quatro tentativas de homicídio, além de fraude processual.
A Justiça manteve as medidas cautelares já impostas aos réus, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se aproximarem das vítimas.
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No entanto, o MPF recorreu ao TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) e pediu a prisão preventiva (sem prazo) dos policiais.
A acusação espera que o caso seja levado ao Júri Popular Federal, no primeiro semestre de 2024.
A menina Heloísa morreu, em setembro deste ano, após ter ficado nove dias internada no hospital.
A criança foi baleada na nuca quando estava no carro da família, com o pai e outras três pessoas, na região do Arco Metropolitano.
Denúncia contesta que família estava em carro roubado
Na época do crime, uma das justificativas apresentadas pelos agentes para a perseguição era que a família estava em um veículo roubado.
No entanto, a denúncia contesta a versão. Segundo o MPF, nos registros do Detran (Departamento Nacional de Trânsito) não havia nenhuma restrição ao veículo.
Além disso, o carro foi comprado pelo valor de mercado e tanto o pai de Heloísa quanto o vendedor afirmaram desconhecer o registro de roubo, datado de agosto de 2022.
Testemunhas negaram abordagem
O documento também destaca que não houve uma abordagem ao motorista do veículo em que estava criança.
Durante a investigação, testemunhas negaram ter visto qualquer comunicação no intervalo de tempo em que o veículo passou pela viatura policial e os disparos dos tiros.
Para o MPF, o fato evidencia que os agentes da PRF quiseram a morte dos ocupantes do veículo ou, no mínimo, assumiram o risco de que isso acontecesse.
“Na realidade, não é minimamente crível que, ao cravejar com tiros de calibre 5.56 um veículo tripulado e com carroceria comum, a poucos metros de distância, houvesse outra intenção se não a de matar”, informou o documento.
Outro ponto que chamou atenção da investigação foi o fato de nenhum tiro ter sido disparado contra os pneus do carro.