Lançamento criminoso de substância suspende fornecimento de água no Rio Guandu, diz Inea
Rede de distribuição pode levar até 72 horas para normalizar o abastecimento em todos os pontos da região metropolitana
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

A espuma que levou a Estação de Tratamento de Água do Guandu a interromper o fornecimento à região metropolitana do Rio de Janeiro teve origem no lançamento criminoso de substância surfactante na água, disse o presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Philipe Campello. O autor do crime ambiental ainda incorreu em uma dupla inconformidade, por não ter comunicado as autoridades do problema, acrescentou.
O Inea e a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) concederam uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (28) para detalhar o problema. Segundo o diretor de saneamento e grande operação da Cedae, Daniel Okumuru, tudo indica que o lançamento da substância, um tipo de detergente, foi pontual, o que deve fazer com que a água do rio Guandu volte a ter condições de captação até o fim do dia. A partir disso, a rede de distribuição pode levar até 72 horas para normalizar a disponibilidade de água em todos os pontos da região metropolitana.
O Sistema Guandu, do qual a estação de tratamento faz parte, é responsável por 80% do fornecimento de água da região metropolitana do Rio e abastece oito municípios: Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados, Itaguaí e Mesquita. A estação trata 43 mil litros de água por segundo e atende cerca de 11 milhões de pessoas.
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Técnicos da Cedae identificaram a espuma nos pontos de captação da estação de tratamento por volta de 4h, e a interrupção da captação aconteceu cerca de 5h30. Segundo a Cedae, a água tratada e enviada à distribuição até o momento da interrupção passou por todos os controles de qualidade e não oferece nenhum risco.
O Inea acionou a Polícia Civil, que está investigando o caso por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. O trabalho inclui a verificação dos 72 estabelecimentos industriais e comerciais licenciados para o despejo no Guandu para ver se algum deles foi o responsável por esse lançamento. Também não foi descartada a hipótese de a substância ter sido jogada no rio de outras formas, como de um caminhão, por exemplo.
Para que a água contaminada pelo surfactante escoe mais rapidamente, a Cedae abriu as comportas da estação de tratamento. Até a normalização da situação, o presidente da companhia, Aguinaldo Ballon, pede à população que não desperdice água.
