Mãe de Estela não irá a enterro por medo de represálias de traficantes
Luciana Evangelista sofreu agressões por não estar em casa quando filha foi morta. Ela passou a madrugada na delegacia sob escolta de policiais
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira e Raíza Chaves, do R7*
A mãe da menina Estela Evangelista, identificada como Luciana, disse que não irá ao enterro da filha no Cemitério do Caju, região portuária, nesta sexta-feira (11), às 14h, por medo de represálias de traficantes do morro dos Prazeres, onde a criança morava e foi morta pelo tio.
De acordo com informações da Record TV Rio, Luciana passou a madrugada dessa sexta na DH-Capital sob escolta de policiais civis. A polícia ofereceu segurança para a mãe ir ao sepultamento, mas ela informou que pretende deixar o Rio de Janeiro.
Luciana contou ter sofrido agressões por parte de traficantes por não estar em casa no momento que Estela foi morta. As lesões foram confirmadas por exame de corpo de delito.
Em áudios compartilhados em aplicativos de mensagens, supostos traficantes ameaçam Luciana, caso ela volte pra casa.
O delegado Bruno Cinello, que está à frente das investigações, afirmou que a mãe e a família foram colocadas no programa de proteção a vitimas de violência.
O caso
Após o desaparecimento de Estela, a mãe procurou a polícia e disse que não havia autorizado que a menina saísse com o tio. No entanto, Paulo Sérgio, que é dependente de drogas e tem passagens pela polícia, teria levado a criança à praia sem o consentimento de Luciana.
O corpo da menina foi encontrado na quarta-feira (9) no alto do morro dos Prazeres por vizinho, depois de ficar quatro dias desaparecido. O laudo do IML apontou asfixia como causa da morte.
O principal suspeito do crime foi preso na noite de quinta (10) e confessou ter matado a sobrinha, na madrugada de sábado (5), em razão de uma briga da criança com o irmão.
Ele disse ainda que passou a noite ao lado do cadáver e ocultou o corpo pela manhã para não levantar suspeitas da família. Desde então, ele ficou desaparecido por medo de ser morto por traficantes.
*Sob supervisão de Bruna Oliveira