Manifestante preso em protesto no Rio denuncia que polícia forjou flagrante

Um dos jovens presos durante os protestos no Rio de Janeiro denuncia que a polícia forjou o flagrante. O ajudante de pedreiro Jorge Luiz Chaves de Jesus ficou preso durante uma semana.

Ele foi acusado de estar com explosivos em uma mochila. Segundo o jovem, os policiais A prisão foi armada.

— Eles prenderam 15 pessoas e mandaram sentar. Eu sentei e eles perguntaram de quem era a mochila. Eu disse que não era minha, mas ele disse que agora seria.

Ele foi libertado na última quarta-feira (19) devido a intervenção de advogados que estão auxiliando voluntariamente os manifestantes.

Jorge conta que ficou preso em uma cela superlotada com criminosos violentos da maior facção criminosa do Rio.

— Fiquei cinco dias em Bangu 2. Quentinha pequenininha, um pão para cada e em uma cela pequena que tinham 10 pessoas.

Pedro Assis Rodrigues, de 18 anos, foi acusado de formação de quadrilha. O estudante de geografia da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) está proibido de participar de algum protesto enquanto não for julgado. Ele afirma que é inocente.

— O relato dos policias diz que nós corremos para a Praça XV e que estávamos juntos na escadaria da Alerj. É só pegar as imagens e ver que estávamos separados e que as pessoas foram presas em lugares diferentes.

De acordo com o advogado João Tancredo, após a libertação dos manifestantes o objetivo agora é limpar a ficha criminal.

Na quinta-feira (20), cerca de 300 mil manifestantes foram às ruas do centro do Rio para cobrar melhor administração do dinheiro público e questionar os gastos com Copa e Olimpíada. Ao menos 62 pessoas ficaram feridas na manifestação. Todas foram atendidas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Segundo o último levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, nenhuma em estado grave.

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