Moradores e ativistas voltaram a protestar neste domingo (22) contra a morte de Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos. A menina foi atingida nas costas por um tiro de fuzil dentro da Kombi em que viajava, no Complexo do Alemão, na noite de sexta-feira (20). Leia também: Perícia vai comparar armas de PMs com fuzil que matou Ágatha Uma manifestação foi realizada neste domingo, pedindo o fim da violência policial no conjunto de favelas em que a menina foi atingida. A concentração de manifestantes começou 13h, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé. Depois, os participantes seguiram juntos para o enterro da menina. "Eu tenho uma filha de oito anos, ela fica desesperada quando tem operação na comunidade. É muito tiro, parece que o tiro é dentro de casa", disse Marcos Henrique Nascimento Lopes, de 39 anos, líder de um grupo de mototaxistas que participaram do protesto.Leia também: Operação na Cidade de Deus tem um morto e um ferido "Somos moradores, não temos culpa dessa política de segurança pública que não funciona na comunidade. Reconhecer o erro não é vergonha, vergonha é insistir no erro", completou. Também pai de uma menina de oito anos de idade, o ator Fábio Assunção participou da manifestação. "Vim prestar minha solidariedade, o luto, não dá pra ir mais pra baixo do que isso", disse o ator. "Não é só o caso da Ágatha, diariamente a gente está vendo coisas que são impensáveis. A sociedade tem que se pronunciar, se colocar", acrescentou. A Polícia Civil informou que enviará para perícia as armas dos policiais militares que estavam em patrulhamento na noite de sexta-feira no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, no momento em que Ágatha foi atingida. "A gente vai acompanhar o inquérito. Já acompanhamos a primeira testemunha ontem do caso, que é o motorista da Kombi que viu que foram os policiais que atiraram em direção à Kombi, que vitimou a Ágatha. E vamos procurar, essa semana vamos na localidade procurar testemunhas, conversar com as testemunhas. Quando o autor do fato é um agente de estado as pessoas têm medo. Então a gente vai conversar com eles, tentar convencer, apresentar os programas de testemunhas que existem, pra poder garantir que essas testemunhas falem", contou o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), que está acompanhando o caso.