MP denuncia sócios e funcionários de laboratório investigado por infecção com HIV de pacientes
A Promotoria também pediu à Justiça a prisão preventiva (sem prazo) dos seis acusados
Rio de Janeiro|Do R7
Seis pessoas ligadas ao laboratório PSC Lab Saleme foram denunciadas à Justiça pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) nesta terça-feira (22). A Promotoria também pediu a prisão preventiva (sem prazo) dos investigados no caso de infecção de pacientes transplantados com o vírus HIV.
Dois sócios do laboratório e quatro funcionários são acusados de associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. Uma das funcionárias também foi denunciada por falsificação de documento particular.
O processo está sob sigilo, de acordo com o MPRJ.
Investigação da Polícia Civil
A investigação da Polícia Civil concluiu que a contaminação por HIV em transplantes ocorreu após a produção de laudos falsos pelo laboratório PSC Lab Saleme.
Ao menos seis pacientes foram infectados com o vírus após receberem órgãos de dois doadores. Os testes apresentaram um falso negativo.
Segundo as investigações, os erros nos resultados ocorreram por uma falha operacional no controle de qualidade dos testes do laboratório com o objetivo de diminuir os custos.
Os exames do programa de transplantes na rede estadual estavam sob a responsabilidade do PSC Saleme de dezembro de 2023 até setembro deste ano.
O laboratório havia sido contratado por R$ 11 milhões pela Fundação Saúde para realizar o serviço
Após a descoberta dos casos, a diretoria do órgão, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, renunciou.
Já o estabelecimento foi interditado e teve o contrato suspenso pelo governo do estado.
Quem são os presos?
O técnico do laboratório Ivanilson Fernandes e o sócio Walter Vieira foram presos na primeira fase da operação da Polícia Civil, na segunda-feira (14). Walter é tio do deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio, Dr. Luizinho, que negou qualquer envolvimento na escolha da unidade.
Já o técnico Cléber de Oliveira Santos e a auxiliar administrativa Jacqueline Iris de Assis chegaram a ficar foragidos.
Ela se entregou à polícia no dia seguinte. A assinatura de Jacqueline aparece em laudos de exames, segundo a polícia, acompanhado do registro de biomédica de outra pessoa.
Já Cleber foi detido ao desembarcar no Aeroporto do Galeão. Ele é suspeito de ter deixado de fazer procedimentos de checagem em equipamentos onde eram realizados testes de HIV.
A coordenadora do PSC Saleme, Adriana Vargas, foi presa na segunda fase da Operação Verum, no último domingo (20). Ela é suspeita de ter ordenado a redução dos gastos no laboratório.
As defesas dos investigados negaram as acusações.