MP obtém bloqueio de contas e sequestro de bens de coronel e PMs investigados por lavagem de dinheiro
Mãe e irmã de coronel Fontenelle também tiveram contas bancárias bloqueadas
Rio de Janeiro|Do R7

A Justiça autorizou o bloqueio de contas bancárias, sequestro e indisponibilidade dos bens móveis e imóveis do ex-comandante do COE (Comando de Operações Especiais) da PM, o coronel Alexandre Fontelle. O bloqueio foi obtido pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Segundo a promotoria, a decisão se estende a todos os denunciados nas operações Amigos S.A. e Profilaxia, acusados de associação criminosa armada e crimes de lavagem de dinheiro.
Os outros envolvidos são: o ex-subcomandante do batalhão de Bangu (14º BPM), major Carlos Alexandre de Jesus Lucas; o ex-chefe da P3 do 14º BPM, major Nilton João dos Prazeres Neto; o ex-chefe da P1 e interinamente chefe da P2 do 14º BPM, capitão Rodrigo Leitão da Silva; o ex-chefe da P2 do 14º BPM, capitão Walter Colchone Netto; o ex-coordenador operacional do 14º BPM, major Edson Alexandre Pinto de Góes; além da mãe e da irmã do coronel Fontenelle, as advogadas Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente.
Conforme divulgado pelo MP, o juiz Rafael Rezende das Chagas, da 1ª Vara Criminal de Bangu, disse na sentença que “há fortes indícios de que a movimentação bancária dos acusados esteja associada à prática de diversos crimes, especialmente concussão, corrupção e lavagem de dinheiro”. Chagas também afirma que “os imóveis e demais bens discriminados pelo MP também revelam a desproporcionalidade com os soldos da PM”.
Em nota, a PM informou que "policiais estão lotados na Diretoria Geral de Pessoal (DGP) e tiveram o exercício da função pública suspenso, por força de sentença judicial e respondem a processo administrativo disciplinar (PAD) que poderá culminar com a exclusão dos envolvidos da instituição".
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Uma das denúncias aponta o coronel Fontenelle como real proprietário de dois apartamentos registrados em nomes de terceiros e de uma casa em área nobre de Búzios, na Região dos Lagos. De acordo com a promotoria, um dos apartamentos foi registrado no nome da irmã, Maria Paula. O imóvel, que fica no Grajaú, zona norte, tem 200 m² e é avaliado em R$ 995 mil; o segundo, uma cobertura em Jacarepaguá, zona oeste, registrado nos nomes da mãe, do major Lucas e do capitão Colchone, no valor de R$ 750 mil, tem 300 m². O MP afirma que as escrituras dos dois apartamentos foram feitas no mesmo dia, quando os oficiais atuavam no 14° BPM. Além dos dois imóveis, Fontenelle também adquiriu no mesmo período um veículo Toyota Corolla.
Durante a Operação Profilaxia, realizada em 4 de agosto, os agentes do Gaeco também identificaram que o apartamento onde o major Carlos Alexandre de Lucas mora, na Península, Barra da Tijuca, zona oeste, é avaliado em R$ 2 milhões, sendo incompatível com os rendimentos do policial. Além do imóvel, o oficial ainda possui um veículo de luxo de marca japonesa e uma cobertura de 300 m², reformada, na Freguesia, área nobre de Jacarepaguá.