MP-RJ investiga propina de R$ 11 milhões para Jorge Picciani
Segundo a ação, além do ex-presidente da Alerj, deputado estadual Paulo Melo garantia boa relação de empreiteira com governo do Estado
Rio de Janeiro|Lucas França, do R7*
O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) instaurou uma ação civil pública, na 1ª Vara de Fazenda Pública, contra o ex-presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado) Jorge Picciani, e o deputado estadual Paulo Melo por recebimento de propina. Um operador financeiro e uma ex-secretária de Melo também são investigados. Os promotores pediram a condenação dos quatro citados, além dos bloqueios de bens e contas bancárias de forma individualizada.
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Segundo a ação, Jorge Picciani teria recebido mais de R$ 11 milhões da construtora Odebrecht entre os anos de 2008 e 2014. Em troca, Picciani teria atuado em favor da empreiteira dentro da Alerj para modificar projetos de leis nos moldes exigidos pela companhia.
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O MP-RJ aponta ainda que Paulo Melo recebeu R$ 1,4 milhão no intuito de comprar e garantir apoio político aos interesses econômicos do grupo empresarial.
De acordo com as investigações, os pagamentos eram feitos por emissários da empreitaria à secretária de Paulo Melo.
Um dos movimentos do deputado era de facilitar o bom relacionamento da empreiteira com o governo do Estado, na época chefiado por Sérgio Cabral. O objetivo era direcionar contratos e licitações em obras ligadas à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016.
Melo e Picciani também foram alvos de investigações do MPF (Ministério Público Federal) nas operações Cadeia Velha e Furna da Onça por envolvimentos em esquemas de corrupção.
A advogada de Jorge Picciani disse que "a nova investida do MP, distorcendo fatos já esclarecidos judicialmente, denota o desespero do órgão acusador em ver prosperar uma tese que já se comprovou imprestável".
A assessoria de Paulo Melo afirmou que a defesa não irá se posicionar sobre o caso.
Procurada pelo R7, a Odebrecht afirmou que "tem demonstrado que está disposta a colaborar de forma eficaz com as autoridades em busca do pleno esclarecimento dos fatos narrados pela empresa e seus ex-executivos".
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira