Mulher morre e cinco ficam feridos durante operação da PM na Maré
ONG Redes da Maré denunciou a ação "agressiva" da PM; Defensoria Pública também cobrou explicações da corporação sobre atuação na comunidade
Rio de Janeiro|Karolaine Silva, do R7*
Uma mulher morreu baleada durante uma operação da COE (Comando de Operações Especiais) no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, contra o tráfico de drogas, nesta quarta-feira (12). Outras cinco pessoas ficaram feridas, entre elas um cabo da PM, atingido no pé.
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A vítima fatal foi identificada como Sheila de Oliveira, de 34 anos. Ela chegou a ser levada por moradores à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila do João, mas não resistiu.
De acordo com a RecordTV, Sheila seria esposa de um traficante já preso e dona de uma barraca de cachorro quente.
Cinco feridos
Na ação, um suspeito de tráfico também foi baleado. Ele segue internado sob custódia no Hospital Federal de Bonsucesso. Socorrido na mesma unidade, o morador Joesliton Felismino foi atingido no braço esquerdo.
Outras duas vítimas de bala perdida foram levadas ao Hospital Getúlio Vargas, também na zona norte. Francisco Ximenes, de 65 anos, baleado no braço, tem quadro estável. Já Narcélio Rodrigues Farias, de 37 anos, tem ferimentos no tórax e na cervical.
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Tiroteios e denúncias
Intensos tiroteios foram registrados durante a operação policial na Maré, que teve início às 4h. Em razão dos conflitos, comércio e escolas da região não abriram as portas. A linha Vermelha chegou a ser fechada, nos dois sentidos, durante a tarde.
O diretor da ONG Redes da Maré, Edson Diniz, denunciou os excessos praticados por policiais militares na comunidade durante as operações do COE (Comando de Operações Especiais da Polícia Militar).
Segundo Diniz, os PMs têm agido agressivamente com moradores.
“A questão não é o trabalho da polícia, mas sim os excessos. A gente tem invasão em domicílio, pessoas baleadas, revistas muito agressivas. O grande problema é a falta de respeito aos direitos básicos dos moradores.”
Os relatos dos moradores referentes às operações foram encaminhados à DPRJ (Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro) pela ONG. Em nota, a DPRJ informou que um ofício foi enviado à corporação, solicitando esclarecimentos sobre a atuação dos agentes na comunidade.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira