Após a morte do traficante Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, a mãe do chefe do Complexo da Pedreira publicou uma carta em uma rede social em que diz que não apoiava a vida do filho no crime. Endereçada aos moradores da comunidade de Costa Barros, zona norte do Rio, ela também agradeceu o apoio que recebeu durante o enterro do filho. — "Não fazia parte e não aprovava a escolha dele, mas percebi o quanto era amado", — disse a mulher no texto. Playboy foi morto no sábado, durante uma operação das polícias Civil, Militar e Federal no Complexo da Pedreira. O corpo do traficante foi sepultado no domingo (9), no Cemitério do Catumbi, região central da cidade. O policiamento foi reforçado no entorno do local. O tio dele, Cosme Pinheiro, de 62 anos, afirmou que vai processar o Estado por acreditar que o traficante tenha sido executado. Logo após a morte de Playboy, circularam pela internet fotos que seriam do corpo do criminoso, além de um áudio em que um suposto policial narra a ação. Em fevereiro, o traficante deu entrevista a uma revista, mas só neste sábado o vídeo com as imagens do traficante foi divulgado. Ele afirma que tinha medo de morrer, e que sabia que seria executado caso se entregasse à polícia. O coordenador de inteligência da PM, coronel Antônio Goulart, informou que a comunidade da Pedreira será ocupada por tempo indeterminado.Do luxo ao tráfico Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, tinha um futuro promissor antes de entrar para o mundo do crime. Quando veio ao mundo, no dia 1º de março de 1982, ele foi morar em uma cobertura de um prédio em Laranjeiras, um bairro de classe média alta localizado na zona sul do Rio. O pai dele gerenciava uma banca de jornal, custeando as mensalidades de uma escola particular tradicional da região. Mesmo com uma vida confortável, o jovem Celso, com apenas 15 anos, entrou para a quadrilha de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom. O bandido também era proveniente da classe média e costumava invadir prédios para praticar os roubos. Até os 18 anos, o adolescente não tinha passagens pela polícia. Foi assim que ele ingressou na Aeronáutica, onde aprendeu a manusear armas pesadas. O cotidiano de assaltos não era suficiente para Playboy e, aos poucos, ele passou dos roubos para o tráfico de drogas. Aos 21 anos, Celso finalmente foi preso e condenado. Pegou uma pena de 15 anos e oito meses. Entre 2003 e 2009, ele passou duas vezes pelo sistema penitenciário, mas, em ambas as situações, ganhou liberdade condicional e não voltou ao presídio.Veja a trajetória completa do traficante: