'Nós entregamos ela', diz filha de mulher acusada de envenenar enteados na zona oeste do Rio
Carla Mariano afirmou que filhos biológicos foram os primeiros a colaborar com investigação. Jovem diz que não vai mais expor caso
Rio de Janeiro|Rafaela Oliveira, do R7*
Após Lucas, filho de Cíntia Mariano, publicar uma carta aberta sobre a mãe — acusada de ter envenenado os dois enteados na zona oeste do Rio —, a irmã, Carla Mariano, também se pronunciou.
"Nós fomos os primeiros a colaborar com toda investigação, e fizemos de tudo que pudemos fazer pela justiça na delegacia. E, principalmente, nós entregamos ela", afirmou a jovem.
Carla também declarou que ela e seu irmão, Lucas Mariano, não vão mais expor a situação nem dar entrevistas sobre a mãe. "Dias melhores virão", disse a jovem, em uma publicação nas redes sociais. O pai dos dois comentou na postagem que tem orgulho deles.
Com o depoimento de Lucas Mariano, a polícia também investiga o envolvimento de Cíntia em outras duas mortes: de um ex-namorado dela e de um vizinho. Segundo declarações do filho, a mãe ainda teria tentado matar seu irmão por parte de pai, Leonardo, há mais de 20 anos. Na época, a vítima tinha 6 anos quando ingeriu querosene.
Nesta segunda-feira (30), a Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra do sigilo telefônico de Cíntia Mariano Dias, presa por suspeita de ter envenenado Bruno Carvalho, de 16 anos, e causado a morte por envenenamento da jovem Fernanda Cabral, de 22. A então madrasta teria dado comida com veneno de rato, conhecido como chumbinho, aos irmãos com uma diferença de exatos dois meses.
Em depoimento, Carla Mariano afirmou que a mãe foi a responsável por fazer o jantar no dia 15 de maio e, quando se sentou à mesa, o adolescente já estava com o prato servido. A jovem afirmou ainda que Bruno ficou separando a comida, que continha líquido esverdeado, e que Cintia pegou o prato para trocá-lo.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Flávio Rodrigues, da 33ª DP (Realengo), os laudos de exumação do corpo de Fernanda e do conteúdo gástrico do irmão dela, Bruno, devem ser analisados na próxima semana. Ambos passaram por atendimento no Hospital Municipal Albert Schweitzer, após ingerir a comida feita pela madrasta.
Ao menos quatro médicos que atenderam as vítimas já foram ouvidos.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa