“O Papa não tem culpa dos R$ 0,20”, diz Paes sobre possíveis protetos na Jornada Mundial da Juventude
Prefeito do Rio apela para que manifestações não interfiram na visita do Papa Francisco
Rio de Janeiro|Do R7

Com a atenção do mundo voltada para o Rio de Janeiro na próxima semana, as autoridades se preocupam com possíveis surgimentos de protestos durante a visita do Papa à cidade. O prefeito Eduardo Paes participou de uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (16), quando apresentou as mudanças no trânsito durante a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) e apelou para que não ocorram manifestações exaltadas e violentas.
— Se alguém quiser reclamar não me parece que o Papa Francisco seja a pessoa mais adequada para ouvir estas reclamações. Não sei se o Papa tem culpa dos R$ 0,20. O Papa Francisco é uma representação da fé, que deve nos unir.
O evento católico acontecerá entre 23 e 28 de julho (de terça a domingo da próxima semana). São esperadas mais de 2 milhões de pessoas na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, nos dias 25 e 26 (quinta e sexta), quando o Papa Francisco estará no local. Para Eduardo Paes, o clima de paz não combina com possíveis embates entre manifestantes e policiais.
— Nós vivemos numa democracia, as pessoas têm o direito de se manifestar. A maioria delas se dá de forma pacífica. Até por seu estilo, ele [Papa] deve ser uma pessoa muito aberta, mas ele não é responsável pelos pecados da sociedade brasileira.
Desde o dia 15 de junho, o Sistema Brasileiro de Inteligência atua em regime de plantão mapeando potenciais riscos durante os grandes eventos realizados no País, como a Copa das Confederações, encerrada no fim de junho, e a Jornada Mundial da Juventude. Em um painel digital no Centro de Inteligência da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), são atualizadas constantemente as “fontes de ameaça”, a tendência de elas acontecerem durante a jornada e o nível de risco. O Rio de Janeiro está em “alerta vermelho” nos indicadores, que aponta sérios riscos de haver grupos de pressão na JMJ, com movimentos espontâneos, sem hierarquia.
Em relação à possibilidade, ainda não confirmada, de o Papa usar um carro aberto sem vidros blindados durante o percurso que fará no Rio de Janeiro, o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general José Elito, disse que o serviço de inteligência trabalhará com ainda mais cuidado para “contrabalançar” o fato de não haver blindagem.
— As medidas preventivas vão ter que ser muito mais cuidadosas, mais detalhadas, mas se ele tem esse desejo e está sendo assim colocado, então, certamente está-se olhando minuciosamente o que pode ser feito para evitar uma situação qualquer constrangedora ao papa.