Polícia captura envolvido no sequestro de estudante da UFRJ
Réu por homicídio qualificado foi preso no Nordeste. Estudante teria ligação com grupo que roubou drogas de traficantes
Rio de Janeiro|Rafaela Oliveira, do R7*, com Record TV Rio
A Polícia Civil capturou, neste domingo (5), um dos homens envolvidos no sequestro e morte do estudante da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Marcos Winícius Tomé Coelho, de 20 anos. Com o auxílio de agentes do Rio Grande do Norte, um dos foragidos foi encontrado em um restaurante na cidade de Caicó.
De acordo com as investigações, Igor Moreira Dantas fugiu para o Nordeste no dia 20 de dezembro do ano passado. No início de 2021, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense já havia tentado capturá-lo.
Contra Igor, foi cumprido um mandado de prisão preventiva por homicídio qualificado. Segundo a polícia, os agentes localizaram casas de familiares do réu, que portava uma carteira de identidade falsa no momento da prisão.
A polícia acredita que o crime tenha sido motivado por desavenças na venda de drogas de três traficantes. No momento da negociação, Marcos Winícius estaria presente.
No entanto, ao entregarem os entorpecentes a outros homens, sem a presença do jovem, os criminosos teriam sido roubados por integrantes de um bando armado — chamados de "boteiros" — especializado no roubo de drogas.
O sequestro
No dia 8 de outubro de 2020, pouco antes das 22h, um carro suspeito colidiu com a bicicleta elétrica de Marcos Winícius na entrada da Urca, na zona sul da capital fluminense. Ao mesmo tempo, uma caminhonete passava pelo local para dar apoio à ação criminosa.
No banco de trás do carro, estavam Igor e um quarto criminoso. A dupla, armada, desceu do automóvel e sequestrou a vítima.
Segundo as investigações, os sequestradores seguiram em direção ao Rio Comprido, próximo das comunidades Turano, Fallet e Fogueteiro. Eles permaneceram na região por cerca de vinte minutos, quando um dos suspeitos fez contato telefônico com José Ricardo dos Santos Pontes Junior, o Russão.
O corpo da vítima foi deixado no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, pouco antes das 2h do dia 9 de outubro, conforme registro de câmeras de segurança. Aproximadamente uma hora depois, Jaul voltou ao local para pegar a bicicleta elétrica de Marcos.
Além de ser réu pelo homicídio, um dos acusados responde por furto do objeto e receptação, já que a bicicleta foi encontrada na casa dele no dia 17 de dezembro daquele ano. Mais tarde, nesse mesmo dia, o investigado foi preso na casa da namorada, no bairro Jardim Botânico.
Motivação do crime
Denner Dias Barcia Alves, Russão e um terceiro traficante negociaram a venda de 2 kg de skank (uma mistura de maconha considerada "superpotente") por R$ 80 mil. Na ocasião, o estudante Marcos Winícius estaria presente.
Ao concluírem a venda da droga, os traficantes foram roubados pelos supostos compradores, que estavam armados. Nesse episódio, que ocorreu em Copacabana, a vítima não estava presente. Os agentes identificaram pelo menos dois envolvidos no roubo.
No decorrer das investigações, a polícia encontrou grande quantidade de entorpecentes na casa de um homem conhecido como Rebordão, que foi indiciado por tráfico de drogas. Com o mandado de busca e apreensão na residência, os investigadores descobriram um terceiro envolvido no roubo de skank.
Mais prisões
Um traficante foi preso em um apartamento no bairro da Lagoa, onde também foi encontrada farta quantidade de drogas, além de uma balança de precisão e munições calibre .38. Ele foi preso em flagrante por tráfico de drogas.
Em julho de 2021, um homem suspeito de envolvimento no caso também foi detido. Ele foi encontrado em Copacabana, na zona sul do Rio.
A DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) informou que continua investigando o caso. Igor Moreira Dantas foi conduzido à Delegacia de Caicó, no Rio Grande do Norte, de onde será encaminhado para o sistema prisional e transferido para o Rio de Janeiro.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte disponibiliza os telefones 181 e (84) 3421-6029 para denúncias anônimas. Já a DHBF deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (WhatsApp).
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa