Polícia investiga medicação para 'salvar' passista que teve braço amputado após cirurgia no útero
Em depoimento, médico responsável pelo procedimento disse que paciente teve um problema vascular; perícia vai analisar o caso
Rio de Janeiro|Do R7, com Record TV Rio

A Polícia Civil do Rio investiga a utilização de uma medicação no tratamento da passista Alessandra dos Santos Silva, que teve um braço amputado após um procedimento para retirada de miomas no útero.
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O delegado Bruno Henrique Abreu, titular da 64ª DP (São João de Meriti), ouviu, nesta terça-feira (25), o ginecologista e o médico do CTI (Centro de Terapia Intensiva) que atenderam Alessandra no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense.
À polícia, o médico ginecologista afirmou que, inicialmente, Alessandra passou por uma cirurgia para retirada de miomas. Após a passista ter complicações, ele decidiu por realizar a histerectomia (remoção do útero) e encaminhar a paciente para o CTI (Centro de Terapia Intensiva).
O delegado contou, em entrevista ao Cidade Alerta RJ, o que o profissional relatou na delegacia:
"Na madrugada, o médico da Terapia Intensiva identifica algum um problema vascular devido à medicação que estaria sendo utilizada. Segundo o médico, essa medicação era necessária para salvar a vida da paciente, mas tinha o revés de causar algum problema vascular. A equipe médica volta ao hospital e decide fazer uma terceira cirurgia para estancar um sangramento na cavidade pélvica. Feita a terceira cirurgia, ela volta para a Terapia Intensiva. E aí, agrava o quadro vascular dela. Então, ela é encaminhada ao segundo hospital para fazer o procedimento vascular. Nesse hospital, ela foi submetida à retirada do membro".
Ainda de acordo com o delegado, o médico ginecologista afirmou não ter conhecimento sobre a indicação que levou à amputação do braço da passista — esta cirurgia ocorreu no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro. O hospital somente teria identificado o problema vascular e encaminhado a paciente para uma unidade especializada.
Agora, o delegado Bruno Henrique vai encaminhar o relato do ginecologista e o prontuário do médico para perícia no IML (Instituto Médico-Legal). O delegado quer esclarecer se a medicação citada era necessária e se foi utilizada da maneira correta. Se for constatada negligência ou imperícia, não está descartada a possibilidade de uma responsabilização jurídico-penal.
Entre os próximos passos da investigação estão a oitiva do médico do Instituto de Cardiologia e o acesso ao prontuário médico da paciente na unidade. O objetivo é saber qual era o quadro clínico da paciente ao dar entrada no segundo hospital e o que levou à amputação do membro.

