Polícia prende mais 2 integrantes da milícia que atua em Itaboraí (RJ)
Dupla foi encontrada em sítio na Região Metropolitana do Rio; um deles é suspeito de ser o autor de uma chacina com 10 mortos no início do ano
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7, com Thayana Vianna, da RecordTV
A Polícia Civil prendeu, neste sábado (6), mais dois suspeitos de integrarem uma milícia que atua em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e tem ligação com o grupo de Orlando Curica. A dupla foi localizada em um sítio em Cachoeiras de Macacu, na mesma região.
Um dos presos é conhecido como Tirso. Segundo o delegado Gabriel Poiava, o homem é o autor da chacina que deixou 10 mortos, em Itaboraí, em janeiro deste ano.
Durante a semana, o grupo paramilitar foi alvo da Operação Salvator. A Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), prenderam 45 suspeitos na ação.
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Um dos líderes da quadrilha, conhecido com Playboy, ainda está foragido. O ex-PM conseguiu fugir da operação ao pular do quarto andar do prédio onde mora em Itaboraí. No local, foram encontradas armas, munições e dinheiro. A namorada dele foi levada para depor na DHNSGI (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo/Itaboraí).
O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 2.000 por informações que levem à prisão do suspeito considerado extremamente violento.
Investigações
As investigações apontam que a milícia que atua em Itaboraí é uma espécie de franquia do grupo chefiado por Orlando Curica, que está preso fora do Estado. A quadrilha de Curicica, acusada de explora áreas na zona oeste do Rio, oferecia apoio e armas em troca de um percentual em cima dos lucros obtidos na região de Itaboraí. A suspeita é a de que o faturamento girava em torno de R$ 500 mil por mês com extorsões de moradores e comerciantes.
A organização criminosa alvo da Operação Salvator ainda é investigada por 50 homicídios na região. No entanto, as autoridades acreditam que o número pode chegar a 200, já que muitas vítimas ainda estão desaparecidas.
Na sexta (5), os agentes ainda descobriram um cemitério clandestino, em Itaboraí, usado pela milícia para esconder os corpos e dificultar o trabalho da polícia. Ao menos 12 vítimas foram encontradas no local.